A partir de 1 de junho, e até ao fim do mês, entrou-se no nível reforçado 3, o penúltimo, de prontidão de empenhamento operacional, no âmbito da diretiva nacional operacional que consagra o dispositivo especial de combate a incêndios rurais, para o corrente ano.
O dispositivo para o combate volta, pelo terceiro ano consecutivo, a ser reforçado. Também a diretiva financeira reflete reforço.
Nesta fase, a nível nacional, estão afetos 9 512 operacionais, 2 236 veículos e 60 meios aéreos. Todos os meios ficaram a 1 de junho disponíveis, com a limitação de 7 helicópteros, considerando que aguarda-se decisão do Tribunal Administrativo de Loulé de uma providencia cautelar interposta por uma empresa, no âmbito do concurso aberto em novembro último, pela Força Áreas. Obviamente que é essencial celeridade na decisão deste processo para juntar os helicópteros aos 53 meios aéreos já em posição. De qualquer modo importa referir que os recursos constantes do dispositivo nacional podem, e devem, ser posicionados em função do risco, pelo que essa gestão previne as eventuais necessidades nos locais onde esses meios aéreos deviam de estar.
No caso do distrito de Setúbal estarão disponíveis, no nível máximo, 84 equipas, 470 operacionais, 114 veículos e 2 helicópteros, situados em Grândola e no Montijo. Dos 230 postos de vigia, 8 situam-se no distrito de Setúbal.
Portanto, o Governo fez o planeamento atempadamente e tornou-o público. Porque é justo deixo aqui uma palavra de reconhecimento ao Ministro da Administração Interna, o nosso conterrâneo Eduardo Cabrita, e a toda a sua equipa.
Aos operacionais, a todos eles, sem exceção, desejos de bom trabalho neste período sempre exigente e a certeza de que têm um lugar de honra pela sua imprescindibilidade e dedicação.
Mas, é importante dar nota que haverá sempre menos necessidade de combater chamas se a atitude de cada um de nós for responsável. Cada pessoa é, nesta matéria, como noutras de que é exemplo o combate ao Covid19, uma peça chave, absolutamente imprescindível para os resultados finais. E agir com cautela e preventivamente é a maior homenagem que podemos fazer às mulheres e homens que elogiamos.
Se a preparação em emergência e proteção civil, para o ano de 2020, justifica o que escrevi , as alterações estruturais em curso, não podem deixar de ter uma referência maior.
De facto, está a ser desenvolvido um trabalho multidisciplinar que entende a necessidade de tornar o território mais resiliente ao risco de incêndio. Esses passos importantes tiveram expressão , no passado dia 21 de maio, em Conselho de Ministro. Foi aprovado o Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, que se prevê ter um período de auscultação pública; foram aprovados um conjunto de diplomas sobre floresta e que tem na sua essência políticas de restruturação da paisagem; foi criado o programa de Transformação da Paisagem, destinado a “territórios de floresta com elevada perigosidade de incêndio”, entre outras iniciativas que, definitivamente, abordam as respostas aos incêndios rurais de forma integrada e vão ao miolo do problema.
É um trabalho hercúleo mas responde ao fundamental.