Faz parte do jogo, vem arbitrar!

Faz parte do jogo, vem arbitrar!

Faz parte do jogo, vem arbitrar!

6 Dezembro 2023, Quarta-feira
Mestre em Treino Desportivo de Alto Rendimento

Recentemente, o conselho de arbitragem da FPF lançou uma campanha de recrutamento de novos árbitros. Esta iniciativa surge perante a constatação da enorme falta de árbitros. A UEFA terá chegado à conclusão de que só na Europa serão necessários cerca de 45 mil novos árbitros.

A população alvo onde se estão os potenciais novos árbitros encontra-se nas escolas e nos clubes. Desta forma, deverá ser este o espaço de recrutamento com ações de sensibilização para a importância de ser árbitro, nomeadamente através de colóquios com árbitros internacionais.

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Segundo os dados do Pordata, em 1996 existiam 2803 árbitros de futebol no nosso país, 4884 em 1999, e 3713 em 2021. Um decréscimo acentuado e em contraciclo com o aumento do número de praticantes: 95.746 em 1996, 110.822 em 1999 e 126.006 em 2021. Quem vai arbitrar os jogos?

Tão ou mais importante que o recrutamento é a retenção dos árbitros na atividade depois de iniciarem a carreira. Algumas medidas para que quem experimenta a arbitragem possa fazer carreira deverão ser: oferta total dos equipamentos, pagamento adequado ao serviço prestado, aumento das punições disciplinares para aqueles que agredirem física ou verbalmente os árbitros, apoio técnico especializado com treinadores de árbitros, preparadores físicos, psicólogos, nutricionistas, instalações para treinos, acompanhamento dos jovens árbitros através de um sistema de mentoring realizado por ex-árbitros com reconhecida capacidade técnica e pedagógica, criação da figura do árbitro tutor, i.e. aquele que nos últimos anos da sua carreira recebe jovens árbitros na sua equipa de arbitragem e lhes dá formação específica para o desempenho da função.

Nem todos poderão chegar a árbitros de elite. Porém, tal como os jogadores, os jovens árbitros precisam de formação adequada para poderem evoluir tecnicamente. Formar um árbitro é um trabalho complexo e multifacetado, realizado pelos núcleos de árbitros e pelas associações distritais. Afinal, ser árbitro exige talento, mas também um aperfeiçoamento constante.

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No passado, o distrito de Setúbal foi um autêntico viveiro de árbitros, tais como Carlos Valente, Raul Nazaré, Inácio de Almeida, Marques Pires, Ezequiel Feijão, José Luís Tavares ou, mais recentemente, Lucílio Batista, António Costa, João Ferreira e Bruno Paixão.

Neste momento, temos apenas um árbitro FIFA, o árbitro assistente Rui Teixeira. É pouco, não é verdade?

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