Esta crise mostra que nos podemos orgulhar da Democracia

Esta crise mostra que nos podemos orgulhar da Democracia

Esta crise mostra que nos podemos orgulhar da Democracia

24 Abril 2020, Sexta-feira
Nuno Mascarenhas

Seria inimaginável que as comemorações do 46.º aniversário do 25 de Abril de 1974 se realizassem num contexto em que as conquistas daquela gloriosa madrugada estariam tão comprometidas como se encontram hoje.

Inesperadamente surge uma pandemia que rapidamente se alastra por todo o Mundo e cuja contenção passa, efetivamente, pela restrição de liberdades individuais muito básicas, como a liberdade de circulação, de sair de casa para trabalhar, de frequentar a escola, de usufruir do espaço público ou de fazer compras nos espaços comerciais.

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Adiámos os espetáculos, o fogo-de-artifício e os motivos de convívio e confraternização com que habitualmente celebramos a Liberdade e a Democracia. Resta-nos, agora, fazer votos para que este seja um breve interregno nas nossas rotinas e que possamos regressar rapidamente à normalidade que conhecemos.

Temos hoje uma certeza: esta crise pandémica deixará um lastro muito nefasto para o nosso futuro imediato. O impacto económico das medidas restritivas que foram necessárias para a sua contenção, controlo e combate será significativo e far-se-á sentir ao nível local.

Devemos por isso estar pessimistas? Não, devemos antes mostrar a nossa resiliência.

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Também neste domínio, o 25 de Abril nos deixou uma relevante herança: um poder local democrático que tem autonomia e pode, dentro das suas competências, responder a este género de crises. Foi isso que fizemos de imediato, apresentando mais de duas dezenas de medidas de apoio às famílias, às empresas e às instituições para que pudessem responder mais firmemente à crise.

Estamos convictos de que, no momento que se segue, voltaremos a tomar novas medidas de apoio às famílias, às empresas e às instituições Muito provavelmente já numa fase de revitalização da atividade económica e de renormalização social; é que possível que sejamos chamados a intervir em complemento às medidas de política que já vêm sendo anunciadas pelo Governo e das que ainda o serão.

Quando me refiro à renormalização social, é mesmo isso que quero dizer. Regressaremos ao quotidiano, mas +e provável que não regressaremos ao quotidiano que conhecíamos.

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Esta crise tem uma génese diferente e não é, em primeiro lugar, uma crise económica. Esta crise abalou de forma profunda a nossa vida e pôs à prova as nossas instituições. Fomos resilientes, aparentemente bastante mais resilientes que outros Países, mas isso não nos pode impedir de retirar lições e de reorientar a nossa forma de estar e atuar para que, de futuro, possamos responder ainda com maior eficácia a novas e inusitadas situações de emergência.

Esta é a principal mensagem que aqui gostava de deixar neste 25 de Abril: a Democracia trouxe-nos instituições nas quais podemos confiar. E a enorme conquista do 25 de Abril foi o um Serviço Nacional de Saúde com excelentes profissionais, que demonstra dia após dia que é uma relevante instituição da Democracia, universal e com uma verdadeira dimensão humana.

O 46.º aniversário do 25 de Abril fica na história como aquele em que não pudemos sair à rua e comemorar. No entanto, é graças ao 25 de Abril que Portugal é um País onde as instituições funcionam e dão garantias aos cidadãos. É isso a Democracia. E é pela Democracia e pela Liberdade que sairemos, de novo, em breve, à rua.

 

 

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