Quem procura acupuntura para tratar a dor raramente o faz apenas em busca de alívio imediato. Vem, muitas vezes, à procura de compreender o que o corpo está a tentar dizer. A dor é um sinal de que o corpo perdeu a sua harmonia.
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a dor é um mensageiro. Sob a perspectiva oriental, a dor surge quando há estagnação de energia ou de sangue. Essa interrupção do fluxo pode ter diversas origens: tensão emocional, esforço físico excessivo, frio, humidade, má postura ou traumas antigos. Onde a energia ou o sangue não fluem, instala-se a dor.
O tratamento, portanto, não se centra apenas em “tirar a dor”, mas em desfazer a estagnação. As agulhas, aplicadas em pontos específicos, desbloqueiam o caminho da energia e do sangue. Com técnicas adequadas, é possível reduzir inflamações, relaxar músculos, aliviar contraturas e promover a libertação, pelo próprio corpo, de substâncias naturais com ação analgésica e calmante. O resultado é uma sensação de leveza e equilíbrio que vai além do local da dor.
Cada sessão é personalizada. Dependendo do diagnóstico, podem ser utilizados outros instrumentos, como moxa, ventosas ou eletroacupuntura, que potencializam o efeito das agulhas. A lâmpada mineral TDP, por exemplo, emite uma radiação de onda longa proveniente de uma placa mineral aquecida, promovendo regeneração celular e melhoria da circulação local.
Mas tratar a dor, na visão da MTC, não é apenas intervir no corpo físico. É olhar também para as causas emocionais e energéticas que a sustentam. Muitas dores persistentes estão ligadas a padrões de tensão interna, a preocupações constantes ou a emoções que o corpo aprendeu a guardar. Por isso, as consultas de acupuntura estão frequentemente associadas ao uso da fitoterapia chinesa, que atua de dentro para fora, tonificando o organismo e nutrindo a energia, e às práticas de mindfulness, que ajudam o paciente a observar o corpo com presença e gentileza. O mindfulness ensina a habitar o corpo sem resistência, com aceitação, a reconhecer o que dói sem se confundir com a dor.
Quando a dor exige acompanhamento médico ou fisioterapêutico especializado, essa orientação é sempre dada. A acupuntura não substitui a medicina convencional, mas complementa-a. A dor é o primeiro pedido de atenção do corpo. A acupuntura e o mindfulness ajudam a escutá-lo antes que ele grite.