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Ferro Rodrigues e George Soros ilustram bem a diferença entre os que estão agarrados ao passado e os que só se lembram do futuro
O presidente do nosso Parlamento voltou a mostrar mais umas pinceladas da sua estreita visão sobre os tempos que vivemos. Diz Ferro Rodrigues que chega “mau cheiro” de vários países europeus, com avanço do populismo, e que cabe aos democratas defender a instituição parlamentar dos ataques da extrema-direita.
“Temos de defender o parlamento com os nossos valores e o nosso comportamento cívico e político”, disse, escondendo que a falha dos políticos é a maior causa da quebra dos valores.
Agarrado ao passado e à política – de que viveu toda a vida -, Ferro Rodrigues representa bem a geração de lideres que estão a fazer milhões de jovens perderem o futuro. O que dizem ser populismo, e que diabolizam como extrema-direita, é a procura dos povos, sobretudo dos jovens, do futuro que não estão a encontrar na decrepita e corrupta elite política partidária. França vai mais à frente. Já passou dos partidos ao independente Macron, e continua a demanda.
É por isso que Ferro Rodrigues é tão pequeno e tão triste, comparado com George Soros.
O multimilionário, considerado figura do ano pelo Financial Times, é simplesmente o maior defensor da globalização humanista.
Para Soros, as fronteiras que já não fazem sentido para os capitais e mercadorias, devem ser abertas também às pessoas. A liberdade que coloca no centro da sua concepção de sociedade torna-o amado pelos jovens e odiado por muitos dos poderosos governantes, que sentem o seu sistema ameaçado.
“Só me lembro do futuro”, diz o milionário, aos 88 anos. É aí que está a diferença; entre o passado e o futuro, entre os jovens e os velhos políticos, entre o que realmente se está a passar e o que os Ferros Rodrigues pensam que está.