A assembleia geral da NATO  reuniu-se durante três ou quatro dias para fazer uma análise dos problemas graves que o nosso mundo atravessa com a guerra na Ucrânia (a sacrificar-se pela Europa ameaçada pelos apetites imperiais do Sr. Putin), para debaterem a grande incógnita das eleições na América  do Norte, onde um louco disputa o poder com um senil. De qualquer forma, seja qual for o resultado, o futuro da NATO está ameaçado.

Uma cimeira para debater, igualmente, os problemas da defesa da União Europeia, sem o poder militar da América, obrigando-se os países europeus (e nem todos) a gastar mais dinheiro na indústria de armamento (agora refinado pelo progresso tecnológico).

Se isto das armas não chegasse ia-se discutir a crise da França após o impasse das eleições que não deram uma maioria para governar, nem a extrema-direita em ascensão por toda a Europa, nem a uma esquerda unida nos seus desígnios. Mas os Estados Unidos da América têm muito “apetite” querem resolver igualmente quem manda na zona do Indo-Pacífico disputado pela Rússia e, especialmente, pela China, havendo nessa zona “pontos quentes” como a Formosa, a fronteira entre as duas Coreias, que, a Norte é governada por um louco aliado da Rússia, e a Sul é totalmente ocidentalizada e aliada da América…

E, se tudo isto não bastasse, havia que tomar decisões sobre a guerra de Israel (não me chamem louco a mim) mas também governada por um obstinado, louco de raiva contra o “braço armado” dos palestinos, matando cento e cinquenta mulheres e crianças para eliminarem um combatente (terrorista) escondido numa teia de túneis (curiosamente como os primeiros cristãos nas catacumbas de Roma).

Nessa reunião da NATO houve muitas análises, muitos discursos, muitas hipotéticas decisões com datas, a marcar posteriormente, houve reuniões parciais, conversa a dois, promessas de milhões, mas poucas decisões com hora e dia marcado. Zelenskyy bem pode “esperar sentado”. e da paz nem um eco chegou aos nossos ouvidos!

Os muitos delegados e seus assistentes, uma vez regressados aos seus países, deram conta do que se disse, do que se prometeu, havendo em cada país mais relatos, mais discursos, mais conversas. Mas continua a morrer-se na Ucrânia, na Palestina e por mil locais onde grassa a “terceira guerra aos pedaços “, como diz o Papa Francisco.

À minha volta – vejam lá a contradição – gostava de ouvir falar destas coisas, destas ameaças, destas preocupações, mas só ouço notícias de festivais de música, discussões políticas, “comissões de inquérito” para averiguar se houve “cunhas” ou não no tratamento das gémeas brasileiras! Palavras, só palavras, mas os pobres continuam a existir, os soldados a morrer, as casas a faltar, os refugiados às portas da Europa…

E o Sr. Elon Musk , super-milionário, quer construir um aldeamento em Marte, e o filho do homem mais rico da India está a casar numa cerimónia que dura meses e custa milhões, no país mais populoso do mundo onde milhões vivem na extrema pobreza!

Para não me dizerem que tudo isto são só palavras, informo quem me ler que trabalhei mais de sessenta anos  para os outros como médico e lutando por uma sociedade onde o “ter” não se sobrepusesse ao “ser amigo” e ao apoio ao caído nos caminhos da vida. Por doenças e não só!

E o nosso planeta resistirá a tanto palavreado, sem ação?