Esta não é mais uma comparação entre o desempenho de Portugal e o de países que seguem políticas Liberais como a Irlanda, a Holanda ou a Estónia, nem mais uma demonstração dos tristes indicadores que, a vários níveis, demonstram até à exaustão o falhanço das políticas socialistas. O que pretendo com este texto é comparar o Portugal que (ainda) é empreendedor, que gera riqueza e postos de trabalho, com o Portugal (do PS) que nos governa.
O Portugal que (ainda) é empreendedor existe por todo o território. Referindo-me à nossa região – a Península de Setúbal -, e mesmo que a realidade esteja abaixo do potencial, existem milhares de pequenas empresas, no comércio, na restauração, no turismo ou na indústria, umas mais modernas e inseridas no mundo global, outras mais tradicionais e voltadas para o mercado local, que garantem a milhares de famílias um rendimento ao final do mês e que produzem riqueza que ajuda a dinamizar a economia. Sem receio de ser bairrista, temos aqui belíssimos exemplos que em nada ficam a dever ao que se pode encontrar em Lisboa ou até em outras capitais europeias. Também no mundo das grandes empresas temos aqui exemplos, na indústria automóvel, do papel, dos cimentos, dos vinhos ou da reparação naval, de empresas líderes de mercado, líderes nas exportações, líderes na inovação tecnológica e na própria geração de riqueza e que conseguem pagar salários muito acima da média. Como este Portugal sobrevive e consegue prosperar é um mistério. Não pela capacidade dos empresários e dos seus trabalhadores, mas por toda a envolvente pouco propícia à iniciativa privada, com muita burocracia e elevados impostos, fatores que condicionam e restringem o empreendedorismo e que incentivam à emigração de profissionais mais qualificados.
Este Portugal, que admiro, contrasta com o outro. O do PS que nos governa. Aquele que está concentrado em Lisboa, que vive entre o Rato e São Bento, que está nos Ministérios e, pelos vistos, nos chats do WhatsApp. Aquele que degrada as instituições políticas e que todos os dias procura narrativas para conseguir uma maior credibilidade e respeito. Aquele que assiste há anos, mas com uma frequência cada vez maior, a espetáculos protagonizados por Ministros ou Secretários de Estado, que falham na governação do país, que desrespeitam a ética republicana e, pior, que são cada vez mais apanhados em contradições ou, mesmo, em mentiras. O clímax deste Portugal tem sido vivido nos últimos tempos no âmbito da CPI da TAP e que, até ver, culminou com todo este inenarrável caso no Ministério das Infraestruturas, da reunião secreta, das notas que não existiam, mas que afinal existem, da violência, da bicicleta atirada contra o vidro e do envolvimento do SIS para recuperar um computador. Como se não bastasse, este Portugal (do PS) que nos governa tem um primeiro-ministro que, numa autêntica prova de força, entendeu por bem afrontar e humilhar o Presidente da República, demonstrando um enorme desprezo pelos portugueses e pelas suas dificuldades do dia a dia.
Estes dois países, tão distantes, deveriam trabalhar em conjunto. Não o fazem. Por isso, este texto serve para demonstrar o meu respeito por todos aqueles que contribuem para o Portugal que (ainda) é empreendedor, que conseguem prosperar, que geram riqueza e postos de trabalho, apesar do Portugal (do PS) que nos governa.