Fábrica de Confeitaria de Setúbal de José Veríssimo Abrantes
Setúbal, terra da afamada laranja, com belíssimas quintas e ótimos pomares de laranja, que infelizmente uma grande parte deles já não existem, como é o caso de São Paulo, Montalvão, Rio da Figueira, Estádio do Bonfim, Praça do Brasil, Várzea, etc., que deram lugar ao cimento armado, em zonas privilegiadas da cidade, e automaticamente a verdadeira laranja de Setúbal já quase não existe.
Ainda se mantém a Fábrica de Confeitaria do Abrantes, com os tradicionais produtos de laranja e seus derivados. Da laranja é extraída a casca, para os célebres filetes cristalizados para os deliciosos aperitivos do moscatel de Setúbal e o doce em forma de barquinhos nas caixinhas com figuras de laranja.
Recordo-me que depois as laranjas descascadas eram embaladas em papel vegetal e vendidas a um preço simbólico.
E o tradicional e afamado bolo-rei e a bolacha de Santiago, com os quais Abrantes montava um stand durante a Feira de Santiago, com um símbolo de uma grande laranja.
O Abrantes também era especialista em xaropes: Groselha, Poejo, Tangerina, Laranja, Capilé, etc. e o delicioso e muito conhecido Anis Elmano Sadino.
Na Praça de Bocage, junta da antiga estação rodoviária de João Cândido Belo e da Palmelense de Umberto da Silva Cardoso, e nas excursões em que os vendedores ambulantes abordavam os passageiros e turistas com o inesquecível pregão setubalense “Doce de Laranja, especialidade de Setúbal!”.
E recordar estas e outras histórias do passado, da minha juventude na cidade de que muito me orgulho e amo, com uma das mais belas baías do mundo, é viver.
Viva Setúbal