O Ministério do Mar, através da Docapesca, tem desenvolvido um enorme esforço na valorização do peixe da nossa costa. A prová-lo estão as numerosas obras já executadas, em execução ou a concurso, em todo o País e em particular no nosso distrito. Nesse âmbito, o posto de vendagem da Carrasqueira, no concelho de Alcácer do Sal, vai também ser requalificado já este ano.
É uma notícia com que muito me congratulo, porque sei da sua grande importância para as mais de 40 famílias – uma média de 35 embarcações – que dependem da pesca naquela zona.
Há muito que aquela comunidade piscatória aguarda por uma intervenção deste género, que vá ao encontro das suas necessidades e dos atuais padrões de exigência no sector alimentar.
De referir que o volume de pescado comercializado na Carrasqueira cresceu no ano passado e saldou-se, entre 2018 e 2020, em cerca de 230 mil quilos, para um valor muito próximo de um milhão de euros, no mesmo período.
Este posto de vendagem situa-se em território que pertence à Herdade da Comporta e que é abrangido por limitações ambientais muito específicas, para além da sua proximidade ao conhecido Cais Palafítico da Carrasqueira, único na Europa e de grande relevo patrimonial e turístico.
Tudo isto acresce complexidade às ações ali levadas a cabo, mas que, confio, chegarão a bom porto.
De acordo com a garantia dada pela secretária de Estado das Pescas durante a audição regimental ao Ministro do Mar, em 2021 há condições para avançar com a colocação de dois novos contentores, que constituirão o primeiro passo para melhorar a higiene e a segurança nas transações de pescado ali efetuadas, no sentido de se obter o muito desejado número de controlo veterinário.
No seguimento de uma questão que coloquei, Teresa Coelho assegurou que o investimento estimado para a Carrasqueira é de 200 mil euros e que o processo vai, muito provavelmente, prolongar-se por mais dois anos.
Nesta difícil época em que nos encontramos, a braços com uma pandemia, ganha ainda maior destaque o empenho e todos os projetos que, como este, contribuam para proteger empregos e criar alicerces no sentido de, quando tal for possível do ponto de vista sanitário, a retoma económica se possa fazer de forma sustentada e firme.
É com o mesmo propósito que, no nosso distrito, são de enaltecer as requalificações das lotas da Costa de Caparica, Sines, Setúbal e Trafaria. No porto de Sesimbra – o maior em termos de quantidade de pescado em 2020 – foi agora adjudicada a construção de dois edifícios e estruturas paralelas de apoio à pesca do cerco, que envolverá um investimento superior a 1.2 milhões de euros.
Efetivamente, o distrito de Setúbal tem vindo a ganhar relevância a nível nacional, sendo já responsável por mais de um terço do pescado transacionado em Portugal, o que sobe para os 45 por cento no que toca ao pescado capturado através da arte do cerco.
O nosso peixe é, como se vê, um poderoso trunfo económico e um recurso de extraordinária qualidade que a todos deve encher de orgulho.