Amanhã, em Almada, realiza-se o XX Congresso Distrital de Setúbal do Partido Socialista. Trata-se de um momento alto para os socialistas que, de dois em dois anos, debatem os seus objetivos estratégicos e elegem os novos órgãos do Partido para o mandato que inicia.
António Mendes repete a presidência da estrutura partidária distrital com uma votação inequivocamente expressiva e leva a Congresso 173 dos 186 delegados eleitos.
O Presidente reeleito teve e tem consigo uma equipa, uma vasta equipa que inclui protagonistas dos diversos concelhos da região, aliás, condição imperativa para o sucesso.
Não foi fácil o caminho para aqui chegar, e muito foi desbravado ao longo dos tempos.
Só muito recentemente o PS alcançou 10 deputados em 18 possíveis, passando a gerir 6 das 13 Câmaras Municipais do distrito, e, pela primeira vez, a maioria das freguesias.
No entanto nada na vida é adquirido em definitivo, pelo que é condição o permanente empenho, com foco claro, e responsável, nas transformações necessárias para melhorar a vida das pessoas.
As incumbências à militância partidária exigem capacidade na busca das respostas certas.
A propósito, importa referir que “as escolhas para serem diferentes têm de ser possíveis”.
As expetativas das pessoas exigem-nos isso.
O Partido Socialista em Portugal continua a ser um farol na UE dirigindo com maioria absoluta o Governo, o que é uma exceção no atual quadro.
Mas esta realidade, quase à parte da realidade europeia, tem uma forte pressão sobre o PS.
Nos últimos anos os Governos socialistas, primeiro, tiveram de repor, repor e repor, depois, de enfrentar a pandemia do século e, agora, lutar com os contágios da guerra. Em nome da verdade, estes permanentes desafios atípicos foram enfrentados pelos governantes, que diminuíram os seus efeitos ao limite possível, situação bem diferente da vivida com o PSD num passado recente. Não vale a pena desdenhar, nem reescrever a história, estes últimos seis anos foram menos difíceis porque eram uns e não os outros que os enfrentaram.
Colocam-se grandes desafios globais de que destaco os efeitos comprometedores das alterações climáticas e, mais a nível nacional, e europeu, a inversão da pirâmide etária, e até lá sermos capazes de ter solução para garantir atempadamente a independência dos mais jovens e assegurar, simultaneamente, que o aumento da esperança de vida é acompanhado de respostas de vivências ativas.
Hoje temos outros protagonistas na vida política que exploram o ressentimento, de mentalidade rancorosa, simplistas e generalistas nas apreciações, que nos desafiam para uma vigilância atenta, pela liberdade e pela democracia. Não fazê-lo seria uma grossa negligência.
Até porque eles crescem sempre que outros falhem. E é boa prática a capacidade de auto avaliação, amiúde, para não falharmos.
Pensar o agora e o que lá vem, é avisado. Robustece o PS.
Há que fazer o que é devido, condição da preservação da confiança, por parte das pessoas, que garante a legitimidade política que tem de perdurar para além dos atos eleitorais.
É por isso que Abrir Novos Caminhos, mote da estratégia que amanhã aprofundamos, em Congresso, é o caminho certo.