Cuide da sua saúde mental

Cuide da sua saúde mental

Cuide da sua saúde mental

, Médico de Família - Clinica Affidea se Setúbal
7 Outubro 2024, Segunda-feira

A saúde mental é um dos pilares fundamentais para uma vida equilibrada e satisfatória. Assim como cuidamos do corpo com exercício físico e alimentação, a mente também precisa de atenção constante. Estar vivo dá muito trabalho: essa pressão permanente tem um preço em termos de saúde mental – e não, hoje não é pior que antigamente: apenas diferente! Assim, algumas estratégias podem ajudar a manter a nossa saúde mental.

  1. Autocuidados
    O primeiro passo para manter a saúde mental é aprender a “olhar para dentro”, isto é, percebermos as nossas próprias reações perante o que nos rodeia. Esta atitude ajuda a reconhecer quando algo não está bem.
    O segundo passo é cuidarmos de nós – e aqui entram regras básicas que, na verdade, se aplicam também à boa saúde física: alimentação adequada, dormir (dormir um número mínimo de horas, por favor!) praticar alguma atividade física, cultivar algum passatempo. Ler, mas ler livros, não passar horas a “scrollar” inanidades no telemóvel. E desligue das redes sociais o máximo de horas que conseguir. É difícil mas não é impossível. Este tempo protegido é essencial.
  2. Relações
    Isto é fácil de sugerir, mas nem sempre fácil de praticar: reforce e cultive as relações com as pessoas que contribuem para o seu crescimento pessoal, emocional e familiar; despache sem contemplações ou, pelo menos, afaste-se ao máximo de quem lhe suga as energias até ao colapso emocional e, tantas vezes, físico. Esta segunda recomendação não se aplica aos filhos pequenos, mestres do esgotamento total, ou a pessoas dependentes, que muitos terão a seu cargo – nestes casos procure partilhar as tarefas, porque os super-heróis só existem nas histórias.
  3. Lidar com o stress
    O stress faz parte da nossa vida: não há como lhe fugir. Aprenda a identificar sinais de alarme – irritabilidade, excesso de cansaço, dificuldade de concentração. Aprenda a dizer “não” quando lhe pedem demasiado do seu tempo e empenho. Arranje uma agenda e siga-a o melhor que puder. Tente não procrastinar (eu escrevi “tente”…). Estabeleça metas para as suas atividades e aspirações: ambiciosas, sim, mas realistas. Isso inclui não se deixar levar pela vertigem lunática das redes sociais. As pessoas comuns não têm “aquele aspeto”, as pessoas comuns não “fazem aquilo”. Seja quem é. Descontraia e procure ser feliz como é.
    Para controlar o stress vale (quase) tudo – variará muito de pessoa para pessoa. As técnicas de relaxamento estão na moda e, na verdade, funcionam muito bem para muitos, mas se no seu caso descontrai a ouvir rock aos berros e aos saltos na sala, faça favor, desde que os vizinhos não apanhem por tabela e não dê cabo dos ouvidos. E recorda-se que a prática de desporto faz maravilhas, se conseguir tempo para isso.
  4. Pedir ajuda
    Ainda não nos livrámos do estigma que recai sobre quem tem problemas de saúde mental, como se essas fossem pessoas “menores”, ou “fracas”. Não haja ilusões: TODOS NÓS podemos ser atingidos, em qualquer momento, por problemas de saúde mental. Não hesite em recorrer a um profissional de saúde mental, psicólogo ou psiquiatra, quando perceber que stress, ansiedade, tristeza, falta de interesse na vida ou outro sintoma do mesmo género estiver a sair do seu controle. Não fique à espera “a ver se passa”. Peça ajuda. Agora.
    Em resumo:
    Valorize a sua saúde mental. Não é um luxo: é uma necessidade básica, como comer ou ter casa.
    Trate, diariamente, da sua higiene mental: é tão necessária e importante como lavar os dentes.
    Cuide de quem cuida de si.
    Procure ajuda sem hesitações se perceber que não está bem.
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