27 Junho 2024, Quinta-feira

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Criar amor com os olhos secos

Criar amor com os olhos secos

Criar amor com os olhos secos

21 Abril 2023, Sexta-feira
Valdemar Lopes Santos

Este ano, conforme já é bem público pela campanha visual e a entrega mão-a-mão dos panfletos de propaganda, vai ser a 1, 2 e 3 de Setembro. E em 2022, a 31 de Agosto, era n’O Setubalense que se escrevia: «… já neste domingo, pelas 16h00, no Espaço Internacional da Festa do Avante!, na Quinta da Atalaia, Amora, Seixal, o PCP presta homenagem a Agostinho Neto, Primeiro Presidente da República Popular de Angola, a dias do Centenário do seu Nascimento, 17 de Setembro. Tratar-se-á de um debate, no quadro dos Caminhos da Luta da Emancipação em África, mas a figura de um dos fundadores e dirigentes do MPLA marcará percursos e lugares da Festa de modo diversificado.

«Agostinho Neto, natural de Kaxicane, viveu, e de que maneira!, em Portugal. Limitamo-nos à década de 50/60 do século XX, pois que, precedente do Campo de Concentração do Tarrafal, o Campo da Morte Lenta, não poucos meses até Março de 1963 esteve no Aljube, prisão da qual foi posto em liberdade devido a uma forte pressão internacional de personalidades e organizações antifascistas.

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«Formou-se em Medicina em Coimbra, e em 1951, enquanto estudante, ano em que foi preso por recolher assinaturas para a Conferência Mundial da Paz, a ter lugar em Estocolmo, representou a Juventude das Colónias Portuguesas (escrevemos mesmo: JCP) junto da organização Juvenil do Movimento de Unidade Democrática, o MUD fichado como extensão do clandestino Partido Comunista Português. E assim elementarmente tudo dito, porque mais prisões houve, imagine-se o aplicado trabalho da PIDE salazarista».

E rematando-se com «a fuga do nosso homem a 30 de Junho de 1962, organizada pelo PCP, num barco que arrancou de Pedrouços, freguesia de Belém, e arribou na Baía de Tânger, porque não dizer bem mais perto de Angola?!!! – um dos responsáveis até comentou: “Não é por acaso que se chama Doca do Bom Sucesso!”», – prometia-se que haveríamos de voltar.

No domingo, 16 de Abril, encerrou o 14º Encontro Intercultural Saberes e Sabores que a Câmara Municipal do Seixal, a Junta de Freguesia de Corroios e o Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho, em estrita parceria com várias associações de imigrantes, com destaque para as do Continente Africano, promovem no Pavilhão Municipal, repleto durante cinco dias de uma autêntica multidão. O espaço da Embaixada de Angola expunha como maior referência política a simplicidade do rosto traçado de Agostinho e só mais seis palavras: «Criar amor com os olhos secos», um seu poema. Como de propósito, de volta então: a Amora ali ao lado.

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