Aproxima-se um novo ano escolar, tempo de alguma ansiedade para pais e filhos. É importante, os pais estarem conscientes de que uma criança feliz aprende melhor e que a felicidade dos filhos depende muito do comportamento dos pais. O nosso quotidiano nem sempre permite ter o tempo que desejaríamos dedicar aos nossos filhos, mas se nos lembrarmos que eles não pediram para nascer, todos encontraremos alguns minutos diários para estarmos e conversarmos com eles.
Um dos problemas com que as crianças se confrontam é o não ser capaz. A autoconfiança é conquista de toda uma vida, contudo os primeiros anos de existência da criança são muito importantes. Não critique o seu filho, se ele afirmar que não é capaz de aprender matemática, inglês, história… não é capaz de fazer exercícios físicos. Todos nós não fomos (ou somos) capazes de fazer alguma coisa. Os pais podem recordar à criança uma aprendizagem que ela realizou com sucesso, como nadar, andar de bicicleta… e elogiar o esforço despendido na aquisição dessa aprendizagem. Ora, quem foi capaz de realizar aprendizagem tão complexa, também conseguirá aprender outras coisas, basta esforçar-se, querer.
O medo de errar é um tormento para muitas crianças, nomeadamente para aquelas a quem é exigida perfeição. Se os pais recordarem que ao longo da vida também erraram e que o erro foi o ponto de partida para melhorarem o seu desempenho, estarão a ajudar a criança a vencer o medo. A autonomia é outra questão fundamental na vida de uma criança e na sua futura vida de adulto. Promova-a no dia a dia, por exemplo, dando pistas para a realização de uma tarefa e nunca substituindo a criança na sua realização; oriente-a para obter sucesso, o qual deve ser reconhecido com um beijo, um abraço, um bravo. Como a criança age muito por imitação, os bons exemplos são importantes: não seja negativo perante os seus filhos, não critique os seus sogros, que são os avós deles, na presença das crianças, não discuta com o seu cônjuge, não grite, seja carinhoso, e terá filhos respeitadores dos mais velhos, dos seus cônjuges, afetivos para com os seus descendentes. Fale calmamente com os seus filhos, mesmo numa situação de stress; não esqueça que se trata de uma criança, que nem sempre o que parece é, não esqueça de como reage quando não é escutado, quando não lhe dão a oportunidade de justificar os seus erros. Quando falar com o seu filho, aproxime-se, toque-o, fale apenas quando a criança estiver atenta, se não tiver tempo, é preferível explicar-lhe e adiar para melhor altura. Nunca diga não porque não, explique sempre a razão do não.
Interesse-se pela vida escolar do seu educando. Reserve alguns minutos para falar com ele sobre o dia a dia escolar. Consulte o seu horário e, se necessário, ajude-o a arrumar a mochila para o dia seguinte; por vezes os alunos transportam material desnecessário, o que contribui para aumentar o peso das mochilas. Nunca critique os professores na presença dos seus filhos, pois a sua desautorização significa indisciplina na sala de aula. Se tiver alguma dúvida, se surgir algum problema, vá falar com o direto de turma. Esteja atento não apenas ao que a criança diz, mas também aos seus comportamentos; por exemplo, procure compreender a razão de a criança chegar triste da escola. Ao deitar e ao despedir-se dos seus filhos pela manhã, dê-lhes um beijo, um abraço, diga-lhes o quanto gosta deles. Não esqueça que crianças felizes aprendem melhor.