Terminou no passado dia 18 de dezembro, o campeonato do mundo do Qatar, com a vitória da Argentina, que em pouco mais de um mês conquista dois títulos mundiais (hóquei em patins e futebol). Este foi também o mundial que coroou Lionel Messi como o melhor jogador de futebol da nossa era e o único que consegue vencer todos os títulos de seleções (Mundial, Copa Améria, Finalíssima, Jogos Olímpicos e Mundial Sub20).
Quanto à nossa seleção, venceu o seu grupo. Na fase a eliminar fez-nos acreditar que o título era muito mais do que um sonho, e que podia ser uma realidade, mas a superior prestação de Marrocos mandou-nos de regresso a casa mais cedo do que todos nós desejávamos.
Em todo o caso, o resultado da nossa seleção acabou por ser o terceiro melhor de sempre, logo atrás de 1966 (3º lugar) e de 2006 (4º lugar).
Mesmo assim, foi decidido finalizar o ciclo do selecionador Fernando Santos. Vários motivos contribuíram para este desfecho. O natural desgaste de oito anos; o sistema de jogo utilizado que era por muitos considerado de “resultadista e pouco atrativo”; expectativas muito altas para este mundial; alguma deceção pelo apuramento para o mundial apenas ter sido conseguido no play off; igual deceção pelo não apuramento para a final four da Liga das Nações; e, por fim, algum desentendimento com Cristiano Ronaldo.
Factualmente, Fernando Santos foi o único selecionador a conquistar títulos (Europeu de 2016 e Liga das Nações de 2019). Porém, no espaço de três dias, após a vitória sobre a Suíça, passou de treinador genial a dispensável. Eis o futebol de alto rendimento, na sua forma mais dura e cruel de avaliação de competências: os resultados.
Vamos, pois, desejar felicidades ao novo selecionador António Martinez. Com uma certeza. Quando se opta por um selecionador nacional estrangeiro, deve ser alguém que acrescente uma evidente mais-valia. Luiz Felipe Scolari era campeão do mundo quando foi contratado pela FPF. Haveria seguramente treinadores portugueses com capacidade, mas esse debate está ultrapassado. A partir de hoje, este é o nosso selecionador.
Quanto a Cristiano Ronaldo, acaba de assinar contrato com o Al-Nassr Football Club. No plano desportivo terá como objetivo a conquista do campeonato da Arábia Saudita e a participação na Liga dos Campeões Asiáticos. Financeiramente, tornou-se o desportista mundial mais bem pago, auferindo cerca de 200 milhões de euros por época.
Como admirador seu confesso, desejo que continue a representar a nossa seleção. Acredito que ainda lhe pode acrescentar muito valor em termos de rendimento desportivo.
Termino com uma palavra para Carlos Queiroz, que está a ser apontado pela imprensa como o provável novo selecionador do Catar. A confirmar-se, será a sétima seleção nacional que irá dirigir na sua longa carreira. Desejo-lhe votos de sucesso.
Um feliz ano de 2023 para todos os leitores. Brindemos à vida!