Bem-estar animal: uma questão de dignidade

Bem-estar animal: uma questão de dignidade

Bem-estar animal: uma questão de dignidade

14 Dezembro 2023, Quinta-feira

Há um ano adotei o Belchior. Partilho este facto pessoal, pois o meu gato é um produto do projeto CED: captura, esterilização e devolução à comunidade.

Bem, no caso do Belchior foi captura, esterilização e adoção.

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Felizmente o Belchior foi capturado por pessoas que entenderam que as suas características comportamentais não se adaptavam a uma vida em colónia e decidiram fazer um apelo para a sua adoção responsável.

Mas quantos gatos não têm essa sorte? E porquê é que os cães ainda não estão integrados nestes programas? Nesta questão, a partir de 1 de janeiro de 2024 os cães terão acesso aos programas CED graças a uma proposta de alteração do Partido Socialista.

E quantos animais não têm a sorte de se cruzarem com pessoas que vêm no bem-estar animal uma causa a defender; que ponderam – bastante – todas as opções e decisões. A estas pessoas devemos agradecer todo o trabalho meritório e abnegado em prol da proteção animal e do combate ao abandono animal. Este trabalho é, por excelência, em rede. Estas pessoas, as associações de defesa e proteção animal e as autarquias locais são os nossos melhores aliados nesta “luta”.

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A todas as pessoas: voluntárias e trabalhadoras – o nosso sincero OBRIGADA pelo vosso tempo, muitas das vezes rendimento, dedicação e paixão à causa da proteção animal.

Nem todos os animais se integram devidamente em habitações ou espaços confinados. Também existem animais que se adaptam à vida “de rua”. É comum haver instituições, associações, grupos de moradores que “adotam” informalmente animais, quer sejam gatos ou cães, e que os acarinham como um membro daquela organização.

Está mais que estudado a influência positiva que os animais de companhia têm junto das famílias, junto de trabalhadores ou mesmo junto de pessoas com doenças de foro mental.

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Os animais são cada vez mais vistos como membros de família. Sobre esta temática há que recordar o caminho que o Governo Socialista tem percorrido no sentido de promover o bem-estar animal e no combate ao abandono e fenómenos dos animais errantes.

A verba destinada a esta temática tem vindo a aumentar ano após ano, sendo estimado um impacto orçamental em 2024 de 15,7M€, distribuído da seguinte forma:

  • 13,2M€ do Orçamento do Estado para continuidade dos apoios de 2023
  • 2,5M€ do Fundo Ambiental:

Desde logo, o Orçamento de Estado para 2024 tem como prioridade a execução do Programa Nacional de Adoção e da Estratégia Nacional para os Animais Errantes. A Estratégia Nacional para os Animais Errantes (ENAE), nasce da necessidade de reforçar o trabalho realizado no combate ao abandono animal e define um novo modelo assente numa verdadeira rede nacional de respostas políticas e organizacionais como resposta às problemáticas que se sentem a nível nacional, como por exemplo o abandono de animais de companhia e o aumento de animais errantes.

 

Tal como este ano, em 2024 prosseguem vários apoios, nomeadamente:

– O apoio aos centros de recolha oficial de animais e as associações zoófilas nos processos de esterilização de animais, no âmbito de uma campanha nacional de esterilização;

– O apoio para a Construção e modernização dos centros de recolha oficial e das instalações das associações zoófilas

– Apoio aos serviços veterinários a animais nos CRO, em famílias carenciadas, associações zoófilas ou que integrem colónias registadas nos programas CED (Captura, Esterilização e Devolução)

– Comparticipação da prestação de serviços veterinários de assistência a animais de companhia detidos por famílias carenciadas, representando uma consolidação da rede de serviços públicos veterinários

– Comparticipação das despesas das associações zoófilas com a aquisição de produtos de uso veterinário.

– Apoio à identificação eletrónica e registo de animais de companhia. Quanto a esta medida, realça-se o investimento na divulgação do Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC), que tem resultado num aumento expressivo no registo de cães, gatos e furões, estando prevista uma campanha de sensibilização a lançar em 2024, com o objetivo de alertar para a identificação e animais de companhia e também para a responsabilidade em não os abandonar.

O controlo das populações não se pode limitar à obrigação de colocar os animais em ambientes completamente inóspitos que na maior parte das vezes causa uma maior frustração aos animais. Muito menos a resposta pode ser o abate dos animais por falta de boxes. A esterilização é, sem dúvida, uma boa resposta, no entanto, existem outras que promovem, inclusivamente, o seu bem-estar e dignidade.

Enquanto deputados temos de ter a criatividade de inspirar as nossas políticas em outros bons exemplos por este mundo fora que complementam as suas estratégias com outras medidas eficientes de combate ao abandono animal como é o exemplo da figura de “animal comunitário”.

Efetivamente, trabalhamos para que num futuro próximo não haja urgência ou necessidade de implementação destas respostas. E para que os nossos animais tenham dignidade, porque no final do dia esta temática trata-se disto mesmo: dignidade.

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