No bairro de Montalvão, localizado no espaço delimitado pelas ruas José Osório de Oliveira, Frei António das Chagas e da Misericórdia, encontram-se as traseiras dos prédios aí existentes , onde se localiza um barracão de dimensões apreciáveis, encostado aos edifícios da rua José Osório de Oliveira, lado direito relativamente a quem se dirige para a Misericórdia.
Nos anos 60 e 70, o referido barracão, incluindo um terreno circundante, serviu como oficina de reparação automóvel.
Contudo, a partir dos anos 80 o imóvel deixou de ser utilizado, foi abandonado e como seria espectável e previsível, entrou em estado progressivo de degradação, com parte do telhado caído,
Alguns habitantes referiram preocupados que este local, não só é deficientemente iluminado, como é muito propício ao aparecimento e a proliferação de ratos, bem como lixo doméstico e entulho espalhado um pouco por todo o lado, constituindo naturalmente um perigo potencial em termos de segurança e saúde pública.
Quando um conjunto de edificações definem um espaço traseiro, por imperativo da sua orientação espacial, a tendência natural centra-se no embelezamento da parte da frente, negligenciando-se a parte de trás. Estes, pela sua especificidade, são locais pouco ou nada frequentados pelas pessoas, logo propícios ao abandono.
O tecido urbano tem de se reinventar; logo estes locais devem passar a desempenhar uma outra função, muito mais integrada e apelativa.
As traseiras, pelas suas especificidades, situadas longe dos olhares, não tem tido utilizações que promovam a harmonia e enquadramento urbano, indispensável para tornar as nossas urbes, locais aprazíveis não somente para se residir, bem como para acções e iniciativas de lazer.
Uma das soluções possíveis, seria transformar o local num pequeno espaço verde, com diversões para garotos, nomeadamente baloiços.
Na minha infância, deleitava-me com baloiços, escorregas, vai-vem, etc. Hoje todo esse mobiliário urbano tem vindo a desaparecer, devido a questões de segurança e também pela incorrecta e displicente utilização, que conduz inevitavelmente à sua degradação.
Evito sugerir esse local para estacionamento automóvel, porque a minha preferência é outra.
Todavia, é preferível termos um estacionamento, do que aquilo que está à vista.
Os únicos acessos possíveis para a referida zona, são efectuados por um túnel localizado entre a rua Frei António das Chagas e a rua José Osório de Oliveira, ou proveniente da Misericórdia.
Em função das suas características, todo este espaço é um local de pouca circulação automóvel e de uma apreciável circulação pedonal.
Desconheço se o referido terreno pertence à autarquia ou se é um espaço privado.
O bairro de Montalvão, cujo nome lhe advém da antiga Quinta de Montalvão, local onde existiam as famosas e saborosíssimas laranjas de Setúbal (hoje infelizmente quase uma miragem), é um bairro com características que lhe conferem alguma harmonia urbana.
Todavia, possui poucas zonas verdes e daí que poderia constituir uma solução possível, transformar estes locais actualmente degradados, em pequenas bolsas verdes. Ou, em alternativa, estacionamentos.
Ficam aqui as sugestões.
Constato com satisfação o recomeço das obras no cruzamento entre a Estrada dos Ciprestes, a Azinhaga de S. Joaquim, a Estrada de Palmela e a Rua das Galroas, com a futura colocação de uma rotunda.