Já assumimos como um período negro a época pré balnear, quando o calor começa e a procura de um lugar ao sol, do primeiro banho do ano ou mesmo do primeiro almoço numa esplanada com vista para o mar.
Infelizmente, todos os anos com o início deste período voltamos ao drama da falta de vigilância nas praias, o período em que o sol é de verão, mas as correntes marítimas ainda são de inverno”
Os municípios continuam limitados à contratação de nadadores salvadores, por norma são os concessionários das praias que asseguram o conhecido “nadador salvador”, e a realidade é que as regras de contratação por parte dos municípios determinam que são necessários procedimentos concursais que limitam a contratação por exemplo para um, ou dois fins de semana, as leis determinam que um concurso para este serviço possa demorar um mês e meio a dois meses, sem existir previsão se serão necessários ou não no mês de abril, de maio ou apenas quando a época balnear for oficialmente aberta.
Esta limitação imposta pela própria legislação determina uma falha enorme no sistema que tem como consequência direta a falta de “banheiros” e tornam as praias um perigo, não apenas para os mais aventureiros mas para todos, basta uma onda mais forte e a consequência à beira mar pode ser a morte.
O ISN (Instituto de Socorros a Náufragos) tem os meios parados, em mau estado e com problemas sérios na contratação e gestão de pessoal, as câmaras municipais não conseguem uma norma de exceção que lhes permita contratar de forma rápida para um fim de semana. O Governo ignora a situação e os partidos na Assembleia da República têm tapado os olhos a este problema.
Faz sentido que o estado se desresponsabilize e coloque o ónus nos concessionários? Que a proteção de todos e a segurança seja um negócio e que não exista patrulhamento e vigilância da zona balnear porque como dizem alguns autarcas “por norma os nadadores salvadores são estudantes universitários e nesta época estão nas aulas” ? Não é esta atitude uma brincadeira para com a vida e o bem estar do cidadão? Não é responsabilidade do Estado garantir a segurança?
São milhões gastos em tanta coisa e não podem garantir que seja criada uma carreira que no verão sejam nadadores salvadores e no inverno estejam ocupados com a vigilância de outras áreas do território? Como a supervisão de limpeza dos rios, ribeiras ou linhas de água? Supervisão de controlo de limpeza de condutas e zonas facilmente afetadas quando decorre elevada pluviosidade?
Assume então o governo e assumem as câmaras municipais que lhes dá jeito este tipo de trabalho percário que são os nadadores salvadores por dois ou três meses, até dá jeito que estes jovens façam as férias a trabalhar neste registo? E a formação destas pessoas? Um curso com algumas horas porque consideramos que em princípios só precisam de apitar e levantar a cor da bandeira porque não vão ter de salvar ninguém?
Andamos a brincar com a vida dos portugueses!