Arranque dos transportes metropolitanos: Problemas já identificados não deslustram feito histórico

Arranque dos transportes metropolitanos: Problemas já identificados não deslustram feito histórico

Arranque dos transportes metropolitanos: Problemas já identificados não deslustram feito histórico

3 Junho 2022, Sexta-feira
Francisco Alves Rito

É essencial que as falhas detectadas sejam resolvidas para que a lua-de-mel que agora começou dê lugar a um casamento longo e feliz

 

 

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A nova concessão dos transportes rodoviários nos concelhos de Setúbal, Alcochete, Montijo, Palmela e Moita, que arrancou há três dias, merece um lugar, pela positiva, na história da mobilidade em Portugal.

Foi um momento de concretização de uma mudança profunda e complexa, mais problemática ainda, do ponto de vista técnico e operacional, do que a entrada em vigor do novo tarifário uniformizado, designado por Passe Navegante.

O início da operação desta concessão, com 150 linhas, mais de uma centena de autocarros, muitos percursos novos e imensas carreiras reforçadas, é um desafio de grande envergadura pelo que, só o facto de ter funcionado genericamente bem, logo no primeiro dia, constitui fundamento mais do que suficiente para considerarmos que foi um sucesso.

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De um dia para o outro, mudou tudo, em cinco concelhos e para muitos milhares de pessoas, sem que houvesse colapso, dramas ou problemas de maior. É um feito que merece ser assinalado, porque poderia facilmente não ser assim. E, em Portugal, tantas vezes não corre assim tão bem, mesmo em processos de menor complexidade.

Por estas primeiras horas, que foram decisivas para a primeira impressão, o sistema passou no teste inicial e os seus mentores e executores estão de parabéns. Cabe aqui a nomeação de Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário metropolitano, Carla Tavares, presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, Faustino Gomes, presidente dos Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) que, com outros membros dos órgãos e da equipa, como Rui Lopo, muito trabalharam para construir este intrincado edifício. É justo frisar, também, que o novo paradigma dos transportes na Área Metropolitana de Lisboa é uma construção dos municípios e que é destes que depende, sobretudo, o suporte financeiro para que a máquina não pare.

A experiência piloto arrancou muito satisfatoriamente e isso é um bom indicador para todas as outras concessões, no resto do território da Área Metropolitana, que arrancam dentro de um mês. Mas ainda não chegámos ao fim do percurso. É preciso não esquecer que há muitos aspectos a melhorar, que os autarcas já identificaram e relataram à TML. Agora é essencial que essas falhas sejam resolvidas o mais rapidamente possível e sobretudo de forma adequada e duradoura para que a lua-de-mel que agora começou dê lugar a um casamento longo e feliz.

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Os autarcas já mostraram que estão atentos e que serão exigentes e a TML já respondeu que está a trabalhar para resolver os constrangimentos, num diálogo público que promete uma saudável relação entre vigilância e actuação.

O serviço de transporte público, pelo seu caracter permanente e prolongado, é uma prova de longa distância em que não basta sair bem da casa da partida. Assim, conseguido o arranque, é necessário, agora, corrigir as falhas e manter o espírito de missão.

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