Seguimos com a Agenda Arrábida, enumerada anteriormente.
Três. Arrábida viva e vivida.
Arrábida viva é o que se deseja, exige. Alguém acredita que nada fazer, e pior, proibir a mais das vezes por ignorância, é sinónimo de vida? Não, não nos parece razoável que assim seja. Uma serra viva tem que ter vida, incluindo o Homem. Nós, humanos (não estou a falar de “bandidos ecológicos”), somos muitas vezes, vezes de mais, tratados por gente séria, o que é duplamente perigoso, como estranhos à natureza, aos ecossistemas. Se não se importam a humanidade é tão natural como um morcego ou uma orquídea raros. A nossa origem é rural e mesmo a emergência cultural da nossa espécie assenta na criatividade histórica essencialmente imposta pelo meio biofísico em que sempre nos inserimos. Pessoas num espaço natural é natural, certo? Em Portugal, à beira de entrarmos na terceira década do século XXI tem de ser bom viver e usufruir um espaço natural como a Arrábida. Já agora que seja, não só possível, como incentivado acampar no campo.
Viver a Arrábida é qualquer coisa que toda a gente compreende. É do senso comum. O que acontece a todas as coisas que temos em casa e que não usamos? Degradam-se. Porque razão com a natureza, como uma serra, ou um rio há-de ser ao contrário?
Arrábida viva e vivida tem, obviamente, inerente a condição de proteção e valorização do ecossistema. Proteger e valorizar a Arrábida é a mais importante condição que está subjacente à Agenda Arrábida, para que não restem dúvidas.
A proposta da Agenda nesta matéria deve assentar em infraestruturas/atividades que possibilitem viver a Arrábida e torna-la, cada vez mais, mais viva.