Os Fundos Europeus, que Portugal se prepara para receber e que o nosso governo intitula de (Bazuca), fazem parte do apoio concedido pelas instituições europeias aos países que de acordo com a sua dimensão, vão precisar para fazer face às consequências da crise sanitária que nos atinge, e cuja aplicação dos mesmos implica uma criteriosa selecção sobre como e onde investir.
Não se compreende como é que se podem apresentar projectos de investimento cuja rentabilidade não é garantida e em que tais investimentos são apenas para fazer capa de jornais, cujo retorno financeiro pode levar anos, quando tem sido gastas verbas na aquisição de material circulante usado á Espanha, quando determinados traçados ferroviários continuam por modernizar, e depois anunciam-se investimentos, sem uma avaliação custo/benefício, o que caracteriza a falta de orientação na aplicação dos fundos, em que o custo das más decisões será suportado pelos cidadãos.
A implementação de uma linha de alta velocidade implica a expropriação de terrenos, terraplanagem e construção da via, aquisição e manutenção do material circulante, e electrificação e manutenção da via, sendo que o mais importante é a avaliação sobre se a dimensão do país, justifica um investimento de tal envergadura, numa soma de custos que vai encarecer também a utilização daquele meio de transporte.
A pergunta que urge fazer, é se num contexto de pandemia que enfraquece o consumo e por consequência o crescimento económico, os cidadãos vão ter capacidade financeira para utilizar aquele meio de transporte, e por outro lado, se não seria preferível em lugar de se apostar em megalomanias, dotar o Serviço Nacional de Saúde com mais meios humanos, em que as respostas a dar aos cidadãos não colocassem em causa a imagem do mesmo.