António Costa obcecado com a Madeira esquece Setúbal

António Costa obcecado com a Madeira esquece Setúbal

António Costa obcecado com a Madeira esquece Setúbal

2 Setembro 2019, Segunda-feira
Francisco Alves Rito - Director
Francisco Alves Rito – Director

Se não assumir em Setúbal o mesmo compromisso que assumiu na ilha, O PS devia ter vergonha de pedir votos nesta região

 

Se António Costa for eleito primeiro-ministro já sabemos qual é o tema para a primeira reunião de trabalho com os presidentes dos governos regionais dos Açores e da Madeira. Será a necessidade de alterar as condições de acesso da Região Autónoma da Madeira aos fundos comunitários, disse o próprio, este fim-de-semana na rentrée do PS, na ilha.

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Nas palavras de António Costa, essa primeira reunião tratará “o direito que a Madeira tem a, no próximo quadro de apoios comunitários, ver ultrapassada a injustiça que teve no actual quadro negociado pelo governo do PSD e do CDS”.

O Acordo de Parceria 2014-2020, a que Costa se refere, apresentado em Bruxelas pelos ministros do PSD (Poiares Maduro) e CDS-PP (Assunção Cristas), regula os fundos comunitários para Portugal aceitando que as regiões de Lisboa e da Madeira são regiões ricas, que devem receber menos dos que as outras.

Dos 26 mil milhões de fundos europeus que o país recebe do actual quadro comunitário, 93% vai para as regiões Norte, Centro (estas aumentaram a fatia em 25%) e Alentejo (aumentou 42%). Lisboa recebe menos de 5% do total do envelope e não tem direito a programas temáticos, por ser região rica, como a Madeira.

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O problema é que, a Peninsula de Setúbal, com um rendimento per capita de 12.519 euros por ano, está abaixo dessas regiões ricas (Madeira 16.832 e Grande Lisboa 27.382) e até da generalidade das regiões consideradas pobres, e não tem também acesso aos fundos comunitários.

António Costa, até hoje, não teve uma palavra para os setubalenses, mesmo quando questionado pelo nosso jornal, mas para os madeirenses fala assim. Tem a atenuante de ter falado apenas do caso da Madeira porque era lá que estava, mas fica obrigado a declaração idêntica quando vier a Setúbal.

Se, quando vier nesta campanha eleitoral à nossa região, Costa não assumir o compromisso de resolver esta inqualificável injustiça, o PS estará em falta para com a península de Setúbal e devia ter vergonha de aqui pedir votos.

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