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Ainda vamos a tempo de salvar o Meco

Ainda vamos a tempo de salvar o Meco

Ainda vamos a tempo de salvar o Meco

9 Junho 2021, Quarta-feira
Cristina Rodrigues - Deputada não inscrita

O Meco é uma aldeia da freguesia do Castelo, do concelho de Sesimbra, que no ano de 2001 tinha cerca de 337 habitantes e possuía 205 habitações.

Esta aldeia sempre esteve ligada à actividade agrícola, sendo que nos últimos anos tem vindo a ser cada vez mais procurada por turistas devido à sua área natural e à famosa Praia do Meco.

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Desta forma, existe uma crescente preocupação por parte dos habitantes face à preservação da biodiversidade e da essência do Meco. Estes afirmam que o licenciamento de alguns projectos turísticos não respeitam a dimensão e as características da aldeia, o que levou à criação da petição: “Não a Grandes Projetos Hoteleiros para a Aldeia do Meco”, que já reúne perto de 4000 assinaturas.

Segundo a petição, na “pequena Aldeia do Meco converteram-se vastas áreas protegidas integradas no Sítio de Interesse Comunitário Arrábida/Espichel em “Zona Turística”, abrindo portas à implantação de 4 projectos turísticos.”. Isto é, estão licenciados projectos que originarão no total cerca de 600 fogos e mais de 1800 camas, números completamente desproporcionais face aos cerca de 300 habitantes que vivem na localidade.

Na petição pode ler-se que até “à data têm-se conseguido evitar esses projectos e a aldeia tem crescido de uma forma mais equilibrada e sustentável, com a construção de habitações unifamiliares e, mais recentemente, de pequenos condomínios que não alteram significativamente as características demográficas, paisagísticas, ambientais e socioeconómicas desta zona”.

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A título de exemplo, nos casos da Mata dos Cardosos e da Mata do Rio da Prata, áreas naturais preservadas até aos dias de hoje, já existem “pelo menos três projetos imobiliários em diferentes fases de licenciamento, que visam a implantação de unidades turísticas de grandes dimensões.”. Inclusivamente, na Mata dos Cardosos “já existem movimentações no terreno com vista à vedação da propriedade. A empresa TURIMECO pretende aí implantar o Aparthotel “Pinhal do Atlântico”, que consiste em 23 prédios de 3 pisos, que perfazem 411 unidades de alojamento com capacidade para 1168 camas.”.

É importante salientar que os peticionários demonstram uma grande preocupação com a magnitude destes projectos turísticos devido ao impacte brutal na conservação da biodiversidade, na paisagem e no combate às alterações climáticas, nomeadamente numa localidade que no Verão apresenta escassez de recursos hídricos.

Considero que há que preservar a essência do Meco e investir na qualidade de vida da população através da construção de espaços verdes e de lazer que sejam propícios à prática de actividade física e momentos em família, pelo que questionei o Governo sobre esta situação.

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Por fim, apelo à assinatura da petição para que não se desvirtue a verdadeira identidade natural do território do Meco, assegurando que os enquadramentos paisagístico e natural são respeitados e que serão minimizados os impactes ambientais decorrentes destes projectos turísticos.

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