17 Agosto 2024, Sábado

- PUB -
A união de que o Vitória precisa

A união de que o Vitória precisa

A união de que o Vitória precisa

14 Setembro 2020, Segunda-feira
Francisco Alves Rito

Em vez de aceitarem escolher entre partes concorrentes a eleições, os sócios devem exigir o todo, com uma comissão de salvação inspirada em Fernando Pedrosa

 

Agora que o Vitória bateu no fundo, crescem o clamor e o valor da unidade da massa associativa como suporte do clube. A importância de os sócios estarem unidos tem sido defendida por todos os titulares dos órgãos sociais e também pelos associados, adeptos e pela comunidade em geral.

- PUB -

A ideia que temos, individualmente, mas também na cidade e na região, é de que a união entre os sócios é uma condição essencial para o Vitória conseguir sair deste terrível buraco.

Esta ideia, apesar de abstracta, está correcta. Uma sólida união entre os associados, é uma condição necessária à reviravolta, por razões de legitimação da estratégia, vigor na sua concretização e engajamento dos igualmente imprescindíveis apoios da comunidade.

Se os sócios não estiverem unidos, firmes e determinados não vamos conseguir convencer mais ninguém de que vale a pena ajudar a reerguer o Vitória. É, portanto, inegável que a união é o primeiro pressuposto do sucesso da manobra de reanimação de que o clube carece e para a qual vamos ter de apelar ao maior empenho do Município de Setúbal, das grandes e pequenas empresas, da cidade e da região.

- PUB -

O mérito está em conseguir essa unidade. Como podemos, em concreto, obter a união de que o Vitória precisa?

Nas últimas eleições houve cinco listas candidatas aos órgãos sociais e mesmo agora, após a hecatombe, as movimentações entre os sócios continuam a obedecer a uma lógica de disputa do poder, com grupos e tendências. É notória a ambição de muitos, mesmo de alguns sem capacidade à altura da responsabilidade, o que mostra o risco sério em que o clube incorre de não conseguir nem a união nem a gestão de qualidade de que precisa.

Para o início de uma nova era, não basta apenas a demissão da actual direcção – que, obviamente, não tem quaisquer condições para continuar em funções – e a convocação de eleições. Um processo eleitoral, como os que temos tido nas últimas décadas, não é adequado ao momento extraordinário, porque não garante unidade nem assegura a melhor solução de gestão. Mesmo no melhor cenário eleitoral, em que os sócios tenham a sabedoria de escolher a lista mais capaz, esta nunca será tão boa como uma solução de consenso.

- PUB -

Para tirar o máximo partido das qualidades e competências disponíveis entre a sua massa associativa, o Vitória tem de saber optar por uma solução que aproveite os melhores de entre os seus sócios. Uma comissão de salvação – juridicamente, uma comissão de gestão, que a AG pode aprovar -, que integre os associados mais capazes, independentemente dos grupos e tendenciais internas, é o que se impõe neste quadro critico.

Só com um grupo de ‘homens bons’, nomes idóneos, pessoas de reconhecido mérito e honestidade, podemos, enquanto sócios do Vitória, aspirar à união interna e à ajuda de todos os parceiros necessários. Com uma comissão destas, que pudesse contar com a honra e prestígio de homens insuspeitos, como Fernando Pedrosa, quem se recusaria a ajudar à reconstrução do Enorme?

Esta comissão deve ter como missão, além da gestão corrente, fazer o diagnóstico da situação económica e financeira do clube e da SAD (uma vez que não há dinheiro para uma auditoria), auscultar parceiros decisivos, como o Município de Setúbal, grandes empresas da região e eventuais investidores, e então, em prazo razoável, conceber a estratégia de salvação do Vitória, a submeter à aprovação dos sócios, com apresentação dos dados, fiáveis, a que nunca tivemos acesso.

O Vitória precisa de tomar decisões vitais, algumas dolorosas, e a primeira dessas escolhas é sabermos construir uma liderança capaz do maior feito da história do clube.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -