A Segunda Grande Guerra (III)

A Segunda Grande Guerra (III)

A Segunda Grande Guerra (III)

5 Maio 2022, Quinta-feira
Francisco Cantanhede

Em 1 de setembro de 1939, o exército alemão invadiu a Polónia. Dois dias depois, Inglaterra e França, de acordo com o compromisso que tinham assumido publicamente, declararam guerra à Alemanha. A Itália mantinha-se neutra e o Japão lutava na China. A 6 de outubro, a Polónia rendeu-se. Entrou-se, então, num período de guerra de contrainformação até abril de 1940, quando o exército alemão iniciou a Blitzkrieg, ou guerra-relâmpago

A fase da guerra-relâmpago correspondeu a avanços militares fulminantes do exército nazi, por terra – panzers, veículos blindados -, ar – bombardeiros da Luftwaffe – e água-navios de guerra. Dinamarca, Noruega (o rei fugiu para Londres, tendo o poder sido entregue pelos alemães ao chefe do partido nazi norueguês), Países Baixos (a família real holandesa fugiu para Londres, onde formou um governo que passou a coordenar a resistência holandesa) e Bélgica foram ocupados. A Grã-duquesa Charlotte do Luxemburgo, neta de D. Miguel I, recusou render-se aos alemães e chegou a Portugal com visto de Aristides de Sousa Mendes, depois exilou-se nos EUA, comunicando por rádio com os luxemburgueses. Os exércitos francês, inglês e belga, levados pelo turbilhão nazi até à cidade francesa de Dunquerque, abandonaram o palco do conflito, deixando para trás grande parte do equipamento militar e milhares de militares franceses feitos prisioneiros. Em junho de 1940, os Alemães, contornando a linha defensiva Maginot, ocuparam a França. Com «Paris a arder», deu-se a rendição aos nazis. Formou-se o governo do marechal Pétain, herói da primeira guerra mundial e agora colaboracionista dos alemães, com sede na cidade de Vichy. Dias antes da rendição francesa, a 14 de junho, a Itália entrara no conflito ao lado da Alemanha.

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Nos céus da Inglaterra travava-se um épico duelo aéreo entre a Royal Air Force e a Luftwaffe. No Norte de África, a Itália desejava apoderar-se do canal do Suez, dominado pelos Ingleses, de modo a isolar Inglaterra das suas colónias. Alemães e Italianos atacaram também a Grécia e a Jugoslávia, passando a controlar os Balcãs. Em 1942, contando com a neutralidade colaborante de Salazar e Franco, a Alemanha nazi dominava quase toda a Europa ocidental.

Nos territórios ocupados organizaram-se diversas formas de resistência aos nazis. Destacaram-se os Partizans na Jugoslávia, e a ação do general de Gaulle que, a partir de Londres e através da BBC, incitava os Franceses que viviam na França ocupada a resistirem.

A segunda fase da guerra (1942-1945) foi marcada pela entrada da União Soviética e dos E.U.A no conflito. Estas intervenções mudaram o rumo do conflito e também a sua dimensão. Foi no dia 22 de junho de 1941 que Hitler, não respeitando o acordo que fez com Estaline, invadiu a União Soviética. A Alemanha precisava de acesso aos minérios, cereais e petróleo soviéticos para manter a sua máquina de guerra. Graças a um ataque surpresa, tipo guerra-relâmpago, os alemães obtiveram várias vitórias nas primeiras batalhas. Dirigiram-se, então, em direção a Moscovo, convencidos de que não encontrariam grande resistência. Já nos arredores da capital soviética, sofreram pesadas derrotas. Os generais alemães subestimaram a grandeza territorial da União Soviética, o elevado número de militares do seu exército e a resiliência de militares e de civis. O ano de 1942 assistiu já a grandes vitórias soviéticas. A batalha de Estalinegrado marcaria o ponto de inversão da evolução das hostilidades.

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No Oceano Pacífico, crescia a tensão entre os EUA e o Japão, especialmente após o ataque japonês à Indochina. Enquanto diplomatas norte-americanos e japoneses discutiam em Washington a retirada do Japão da Indochina, de modo a estabilizar a situação no Pacífico, a aviação japonesa atacava Pearl Harbor, a maior base militar norte-americana nesse oceano. No dia seguinte, o Congresso dos EUA declarou guerra ao Japão. A batalha de Midway representou a primeira grande derrota da marinha japonesa. A inversão da situação na União Soviética e no Pacífico foi o início da derrocada dos países do eixo Berlim-Roma-Tóquio.

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