A saúde na Península de Setúbal

A saúde na Península de Setúbal

A saúde na Península de Setúbal

, Deputada do PCP
17 Julho 2020, Sexta-feira
Paula Santos

Nos últimos dias, utentes e profissionais de saúde, alertaram para o risco de encerramento da urgência de obstetrícia do Hospital Garcia de Orta (HGO) no período noturno, devido à carência de médicos. No ano passado o serviço de urgência de pediatria do HGO encerrou no período noturno por falta de médicos e apesar dos compromissos assumidos pelo Governo ainda não reabriu.

Estes são os resultados de uma continuada política de desvalorização dos profissionais de saúde, que levou à saída de muitos médicos para o setor privado e para a aposentação. Conhecido que é o problema, não se compreende que os Governos nada tenham feito para inverter a situação e evitar a redução de serviços, prejudicando as populações.

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O Centro Hospitalar de Setúbal está em risco de perder valências devido à falta de médicos e às limitações físicas das suas instalações. Tardam em avançar as obras de ampliação do Hospital de São Bernardo que irão proporcionar a reorganização e reaproveitamento de espaços e novas instalações de vários serviços, nomeadamente as urgências. Apesar do compromisso assumido, no Orçamento do Estado para 2020 não foi incluída a verba para a ampliação do hospital.

O Governo decidiu adiar novamente a adjudicação do concurso para a elaboração do projeto do Hospital no Seixal. No início deste mês, confrontado com a necessidade de dar esclarecimentos sobre esta decisão, o Governo justifica o atraso com a epidemia. Mas a justificação não colhe considerando que este concurso está por adjudicar há quase dois anos. Não há nenhuma razão para que um concurso para a execução de projeto, iniciado em julho de 2018 ainda não esteja concluído, sobretudo para a concretização de um investimento urgente como é o Hospital no Seixal.

Sobre a necessidade de construção de um novo Hospital para responder às populações dos concelhos do Montijo e de Alcochete nem uma palavra. O Hospital do Montijo foi desqualificado com a perda progressiva de serviços e valências, em particular a cirurgia geral e medicina interna e o serviço de urgência médico cirúrgica foi desclassificado.
Na generalidade das extensões e centros de saúde da Península de Setúbal também há falta de profissionais de saúde e há 131.497 utentes sem médico de família, segundo os dados disponibilizados no sítio da internet SNS.

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As populações da Península de Setúbal sentem grandes dificuldades no acesso aos cuidados de saúde, seja nos cuidados de saúde primários, seja nos cuidados hospitalares.

O Governo tem de uma vez por todas tomar as medidas para resolver os problemas existentes e concretizar os compromissos assumidos com as populações e a região e não procurar subterfúgios para justificar o injustificável, deixando assim todo o espaço para a iniciativa privada e para o negócio da doença.

A atual situação exige investimento no SNS, no reforço do número de profissionais de saúde, na modernização de equipamentos e na ampliação e construção de estabelecimentos de saúde.

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Investir no SNS é a solução para assegurar o direito à saúde.

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