A pesada herança da insegurança

A pesada herança da insegurança

A pesada herança da insegurança

17 Setembro 2024, Terça-feira
Deputada PSD

Foi recentemente divulgado o Relatório Anual de Segurança Interna 2023 (RASI), e temos todos motivos para estar muito preocupados.
No distrito de Setúbal, a criminalidade aumentou 12,9% em 2023, face a 2022 (em que se registou 31.270 casos). O nosso distrito foi um dos que registou maior subida de furtos/ocorrências violentas e/ou graves (+26,6%), violência doméstica (2995 casos registados, o que se traduz num aumento de 3,6% face a 2022) ou burla informática (2350 casos registados em 2023).
Também no que se refere ao tráfico de estupefacientes, o distrito de Setúbal se encontra na linha da frente, com duas «entradas» de excelência de cocaína, o Porto de Sines e o Porto de Setúbal.
No que concerne valores totais por concelho, e tendo em conta que a densidade populacional entre sul e norte do distrito são manifestamente incomparáveis, não podemos ficar tranquilos com os resultados obtidos no total dos quatro concelhos situados abaixo do rio Sado, pois totalizam 2916 casos de criminalidade (o concelho de Almada totaliza 7789). Número como estes são uma boa base de trabalho para perceber que o desinvestimento nas forças de segurança não é o caminho certo.
Durante os últimos meses, o grupo de deputados do PSD eleitos pelo distrito de Setúbal (e no qual me integro), visitou esquadras em péssimas condições, quartéis com camaratas precárias, frotas automóveis obsoletas, que não cobrem as necessidades existentes (em que mais de metade das viaturas aguarda verba para reparação), e meios de combate claramente insuficientes.
As forças nacionais de segurança em geral têm sido, durante os últimos anos, alvo de desrespeito e desinvestimento, fazendo com que estas carreiras sejam cada vez menos atrativas e apresentem elevada percentagem de desmotivação e de desenvolvimento de doenças mentais.
Muito há a fazer no nosso distrito e no nosso País para contrariar a subida de criminalidade, que gera um constante sentimento de insegurança na população. É uma bola de neve que se tornou um enorme problema nacional, principalmente nos últimos oito anos. É necessário continuar a investir na mitigação de assimetrias entre as diversas forças de segurança (estimuladas pelo PS, durante a sua governação), olhando, de forma fria e objetiva, para a necessidade de alocar meios e recursos financeiros ao combate ao crime e à valorização das carreiras. Recentemente, a Ministra da Administração Interna anunciou a criação de um grupo de trabalho para reforçar o combate aos problemas de saúde mental dos elementos das forças de segurança. Os resultados obtidos servirão para melhor compreender e combater os fatores de depressão, de stress e de risco constante a que são sujeitos estes profissionais.
Em seis meses de governação, começam a tomar-se medidas para contrariar anos e anos de desinvestimento, aumentar salários e valorizar as nossas forças de segurança. Não se faz tudo em menos de um ano mas estamos, seguramente, no bom caminho.

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