1 Julho 2024, Segunda-feira

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A necessidade e uma Europa forte, consistente e unida (1ª parte): China e Rússia

A necessidade e uma Europa forte, consistente e unida (1ª parte): China e Rússia

A necessidade e uma Europa forte, consistente e unida (1ª parte): China e Rússia

, Professor
23 Maio 2022, Segunda-feira
Giovanni Licciardello - Professor

Se existe algo que esta malfadada guerra na Ucrânia veio salientar é a importância da Europa como epicentro político, económico e social.

Somos europeus, filhos de uma casa comum, com línguas, culturas, formas de encararmos a vida e nos encararmos a nós próprios, diversas.

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Esta diversidade deve constituir sempre um factor acrescido de enriquecimento. Gostaria de viver em poucos sítios que não fosse na boa e velha Europa.

Partilhamos um denominador comum: a Democracia, com tudo aquilo que lhe está associado; o carácter sagrado do voto, a paz, a tolerância, a imprensa livre, a diversidade de opiniões, a escolaridade, o desenvolvimento empresarial, a dimensão social, a cultura, o desporto, o respeito pelas opções filosóficas, religiosas, políticas e sexuais de cada um.

Contudo, a Europa tem de se confrontar com três vértices distintos; dois exógenos, China e Rússia e o outro endógeno, os Estados Unidos.

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Comecemos pela China. Com a tentativa desastrada de ocultar o início e a disseminação do Covid-19 e agora com os novos casos a aumentarem significativamente, os habitantes de Xangai decidiram protestar à janela contra as medidas de confinamento. A resposta das autoridades chegou por drone: “Controle o seu desejo de liberdade. Não abra a janela, nem cante“.

Esta frase sintetiza magnificamente aquilo que se tem passado na China desde 1949, altura em que o Partido Comunista Chinês alcançou o poder pelas armas. E nunca mais o largou.

Setenta e três anos no poder. Partido único.

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Não tenho qualquer simpatia pelo regime chinês. Acho que é uma mistura cínica, oportunista e perigosa de comunismo, capitalismo e sub-desenvolvimento.

O comunismo condiciona a sociedade, o pensamento, a liberdade. As autoridades não apenas bloqueiam o acesso aos conteúdos digitais, mas também monitorizam o acesso de cada cidadão à Internet. Com o Covid-19, optaram pela omissão deliberada e criminosa de informação crucial.

O pai de Xi Jinping caiu em desgraça durante a Revolução Cultural e o filho, o futuro grande líder, teve de viver numa caverna.

O capitalismo promove e incentiva empresas que exploram os trabalhadores, com horários penosos que excedem por vezes as dez horas por dia, seis dias por semana, salários ainda baixos, somente com 5 a 15 dias de férias pagas. Para além disso, utilizam matérias-primas de baixa qualidade, fazendo concorrência desleal ao resto do mundo, invadindo-nos com muitos produtos baratos, mas de qualidade muito duvidosa, Made in China.

Por último, o sub-desenvolvimento. Estou firmemente convencido que o vírus Covid-19 surgiu e se disseminou em Wuhan, devido ao convívio promíscuo e insalubre entre pessoas e animais selvagens, nomeadamente nos mercados.

Já vi mercados chineses onde as condições de higiene e salubridade são de pôr os cabelos em pé, com líquidos orgânicos nauseabundos a escorrerem pelas bancadas e pavimentos. Cães e gatos mortos na hora, com uma paulada na cabeça.

Quanto à Rússia, também não tenho qualquer simpatia pelo regime, pelos mesmos motivos invocados anteriormente, relativamente à China.

Desde a Rússia czarista, passando pela União Soviética comunista e pela Rússia de Putin, temos uma característica comum: o expansionismo territorial.

Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Carélia, parte de Salla, a península de Kalastajasaarento, quatro ilhas pequenas no mar Báltico (retiradas à Finlândia), Cazaquistão, Estónia, Geórgia, Kaliningrado (retirado à Alemanha), Letónia, Lituânia, Moldávia (retirada à Roménia), Quirguistão, Tajquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão.

Vladimir Putin limita-se a seguir a mesma metodologia. A 16 de Agosto de 1999, três semanas depois de ter sido eleito primeiro-ministro da Rússia, avançou com uma ofensiva na Chechénia, esmagando qualquer veleidade de nacionalismo emergente; em 2008, invadiu a Geórgia, anexando a Abecásia e a Ossétia do Sul, e em 2014, invadiu a Ucrânia e anexou a Crimeia.

Em 2022, invadiu a Ucrânia de novo. Ao que tudo indica, com um rasto de crimes de guerra, roubos e violações de mulheres generalizadas.

Tal como sucedeu com o Exército Vermelho, durante o final da 2ª Guerra Mundial.

Continuamos para a semana.

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