O desenvolvimento do Desporto, na sua relevância social, económica e competitiva, tem levado ao longo dos anos, a uma cada vez maior profissionalização dos agentes desportivos.
Longe vão os tempos, em que com o objetivo de preparar a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976, os principais atletas portugueses foram parcialmente dispensados dos empregos afim de poderem realizar dois treinos diários, ou mais recentemente (1990) a publicação do estatuto do praticante de Alta Competição, entre outras, estas foram sem dúvida boas decisões de quem vem dirigindo o desporto nacional ao longo dos anos , no entanto, e devido à complexidade de enquadrar uma atividade profissional que dura no máximo dez, quinze anos, os problemas que afetam hoje o Desporto de Alto Rendimento, permanecem semelhantes aos de outros tempos.
O Desporto de alto rendimento, requer na atualidade, a total dedicação dos desportistas, sendo inerente a esta atividade e à condição humana, um tempo limite para obtenção de resultados desportivos de excelência, por outras palavras a duração da carreira de um desportista de alto rendimento, é curta, não sendo obviamente possível o prolongamento da mesma, até à idade da reforma.
Perante esta evidencia, surge a importância de compatibilizar a carreira desportiva com a carreira académica, tendo em vista a oportunidade de no fim da carreira, os desportistas terem acesso a uma reconversão profissional e uma integração plena na sociedade.
Com o objetivo de compatibilizar a atividade escolar com a prática desportiva, surgiram recentemente as UAARE – Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola, que são um projeto-piloto do Ministério da Educação, que pretende dar apoio aos jovens alunos/desportistas, enquadrados do regime do Alto Rendimento, fazendo a articulação entre a escola, o encarregado de educação, o aluno e as respetivas federações desportivas.
Ainda no sentido de apoiar a conjugação da carreira desportiva com a integração no mercado do trabalho no fim da carreira, foi aprovado recentemente em reunião do Conselho de Ministros, o decreto-lei que consagra um conjunto integrado de medidas de apoio aos praticantes desportivos olímpicos, paralímpicos e outros praticantes desportivos de alto rendimento após o termo da sua carreira desportiva.
Sendo verdade, que não existem soluções perfeitas, não podemos deixar de felicitar estas medidas.
O sucesso na compatibilização da vida académica com a vida de desportista, exige uma enorme autodisciplina, e muitos sacrifícios, no entanto, devemos lembrar que a principal atividade dos jovens é serem estudantes.
Uma palavra final de Felicitação para o Grupo Desportivo da ESSA, pela obtenção do título nacional da primeira divisão de Basquetebol Feminino, um Clube que começou por ser um projeto desportivo escolar para proporcionar a prática do basquetebol feminino, tem ao longo dos anos conquistado vários títulos, sendo neste momento um dos maiores representantes desportivos do Distrito de Setúbal, no contexto desportivo nacional.