Entre 1939 e 1945 decorreu a Segunda Guerra Mundial, o maior conflito armado até aos dias de hoje. As suas consequências foram devastadoras: milhões de mortos, civis e militares, e muitos outros milhões de feridos e órfãos.
O conflito envolveu cerca de 58 países e as principais batalhas travaram-se na Europa, no Norte de África e no Extremo Oriente – Ásia. Enfrentaram-se dois grandes blocos: as potências do eixo- Alemanha, Itália e Japão- e as potências aliadas- destaque para a França, a Inglaterra, a União Soviética e os EUA.
Do contexto que conduziu ao conflito, sobressaem várias cláusulas do tratado que pôs fim à Primeira Guerra Mundial- o Tratado de Versalhes. A Alemanha foi a principal vítima, pois, considerada responsável pelo início das hostilidades, sofreu duríssimas condições: perdas territoriais, pagamento de pesadas indemnizações, proibição de possuir forças armadas…
Muitos alemães sentiram-se humilhados, vexados, força motriz que fez crescer o desejo de vingança. Quando a Alemanha atravessava uma grave crise económica, apareceu Hitler apelando ao orgulho nacional, ingrediente indispensável para cozinhar a vingança.
Chegou ao poder, vencendo as eleições, e logo tomou medidas para construir o Estado nazi: forte, quer a nível económico quer a nível militar, totalitário, racista. Dividiu os Alemães em dois grupos: de um lado os de «Bem», do outro, «os traidores e os parasitas.» O seu governo contestou as imposições do Tratado de Versalhes, as suas baterias dirigiram-se, especialmente, para a França e para a Inglaterra.
A Liga das Nações, fragilizada pela ausência de várias potências como os E.U.A.- na época seguiam uma política isolacionista, centralizando o seu olhar especialmente na América Latina e na Ásia-, foi incapaz de garantir a paz.
A cada vez mais poderosa União Soviética era vista com grande desconfiança pelos países capitalistas que temiam que o comunismo- «praga social» -, se espalhasse pelo mundo. Em 1939, a União Soviética foi expulsa da organização que tinha como principal função unir países de modo a garantir a paz mundial. A Inglaterra e a França eram, então, «donas» da Liga das Nações.
Neste contexto, não surpreende a invasão japonesa da Manchúria, em 1931, e a invasão italiana da Etiópia, em 1935. O caminho estava aberto para os governos totalitários da Alemanha, da Itália, e do regime militarista do Japão, se empenharem na alteração da ordem internacional saída da Primeira Guerra Mundial.
A Inglaterra e a França, beneficiando dessa ordem internacional, seguiram, inicialmente, uma política de apaziguamento, procurando manter tudo, ou quase tudo, como estava. O resultado foi desastroso.
O Japão avançou nas ocupações territoriais- Manchúria e depois guerra com a China-; a Itália, após ocupar a Etiópia, invadiu a Albânia em 1939. Aquando da invasão da Etiópia, a Liga das Nações, por iniciativa da Inglaterra, impôs sanções económicas à Itália.
Contudo o bloqueio não foi respeitado por diversos países, com destaque para os E.U.A., pois as suas empresas petrolíferas não deixaram de abastecer o mercado italiano; por sua vez, a Alemanha continuou a fornecer carvão aos Italianos.
Com fundamento no «espaço vital», a Alemanha avançou com as conquistas territoriais. Em 1939, ocupou a Renânia, região que, de acordo com o tratado de Versalhes, deveria permanecer desmilitarizada.
Hitler não cumpriu essa determinação, rasgando aos pedacinhos o tratado. A vizinha França, distraída com profundas divisões internas- lutas partidárias entre partidos marxistas e partidos conservadores, alguns simpatizantes do fascismo-, olhou para o lado, não vendo o início do fim… Caro leitor, as cenas seguintes continuarão no próximo texto.