O futuro, não é o capitalismo. Desse, já sabemos o resultado: injustiças, guerras e destruição até da própria Natureza
Com o êxito habitual, terminou mais uma edição, a 48.ª Festa do Avante!. Não vou entrar aqui em grandes pormenores em relação à mesma, porque suponho que a generalidade dos prezados leitores, ou quase, tem noção da sua importância. O maior evento do género, a nível nacional. Do ponto de vista artístico, desportivo, gastronómico, cultural. Está lá representado Portugal inteiro. Do Minho aos Açores e à Madeira.
O que pretendo realçar, é a forma como é construída, o seu funcionamento e a desmontagem. Como saberão, essa imensa tarefa, é executada por milhares de militantes do PCP e muitos amigos e simpatizantes deste partido. São largos milhares de horas de trabalho gratuito. Além disso, todos os seus construtores, pagam a entrada permanente (EP), como qualquer visitante.
Creio não ser exagero se disser que nem todos os outros partidos juntos conseguiam fazer igual.
Portanto, está ali demonstrado a dedicação, a persistência e a convicção que faz daquela festa a Festa da Oposição.
É esta dedicação, persistência e convicção do PCP, do Partido Ecologista os Verdes, da Associação de Intervenção Democrática e independentes, a Coligação Democrática Unitária, CDU, que faz dela a mais consequente força da oposição. A oposição que, com outros democratas, é o futuro.
O futuro que só pode ser melhor. Como disse o nosso grande Camões, tão bem lá representado especialmente nesta edição que comemorou o V Centenário do seu nascimento, a propósito do futuro. “Todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades…”
Portanto, o futuro, não é o capitalismo. Desse, já sabemos o resultado: injustiças, guerras e destruição até da própria Natureza. A propósito, o capitalismo não é, nem nunca foi verde. E, no nosso caso, seja ele gerido pelo PS, pelo PSD, pelo CDS, ou pelas novas versões da direita ou da extrema-direita. Os exemplos são mais que muitos e velhos de séculos, milénios. Vejamos alguns atuais, com a chancela rosa ou laranja. Aliás, tal como já aqui se tem dito, eles culpam-se uns aos outros quando chegam ao poder, mas depois repetem-nos porque está-lhes no ADN. Primeiro, os interesses da minoria privilegiada. Só depois, migalhas para o povo.
Daí, o que se passa no Ensino, onde todos os anos letivos começam com um déficit de centenas de professores porque, entre outros problemas, muitos têm de andar com a casa às costas e não têm subsídios adequados para isso. Na Saúde, é a desgraça que se conhece com o encerramento de serviços de urgência e outros a funcionarem com limitações, devido à falta de médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar, porque, principalmente os primeiros, pagam-lhes mal e eles vão para o privado ou para o estrangeiro. E a construção mais que justificada de novos hospitais, arrasta-se para as calendas. E agora, como já se sabia, mas ficou ainda mais evidente com a fuga de Alcoentre, as falhas no Sistema Prisional equiparam-se ao Ensino e à Saúde e os motivos são os mesmos: falta de pessoal e o que há é mal remunerado.