O tema na passada semana foi a liberdade de expressão do Grupo Parlamentar do Chega em plena Assembleia da Républica, quando levantámos cartazes com o rosto de Catarina Martins, Líder do Bloco de Esquerda, com a palavra impunidade.
As reações não se fizeram esperar, quer dentro do Parlamento por parte da secretária da mesa que com o microfone aberto disse “que palhaçada!”, quer pela voz do próprio Augusto Santos Silva que se sentiu indignado pela nossa atitude.
Vamos a factos… os deputados do Chega vêem constantemente a sua imunidade levantada para poder responder em tribunal, e no nosso entendimento bem, pois não nos escudamos neste previlégio dado aos deputados para fugir de qualquer responsabilidade como cidadãos. Alegam ainda os deputados da esquerda que sendo o processo de Catarina Martins colocado pelos deputados do Chega não deveríamos votar, pois segundo eles, temos interesse direto no processo. Ocultam, no entanto, que este parecer de não levantamento de imunidade foi previamente votado na comissão de transparência e estatuto dos deputados e o Bloco, que também é parte interessada, votou em sede de comissão.
A liberdade de expressão é um direito consagrado, temos assistido por diversas vezes a interrupções das intervenções dos deputados do Chega, assim como nos bloqueiam o acesso a diversos órgãos de comunicação onde não nos permitem o direito de defesa quando ouvimos barbaridades acerca do Chega, e nunca em momento algum se indignaram com a situação.
Os Portugueses já entenderam que nos querem silenciar, que somos uma voz incómoda, quer no parlamento quer nas autarquias, já entenderam que não nos calam e viemos combater este sistema de compadrio que reina e impera já lá vão perto de 50 anos, mas não vão conseguir. A “onda de indignação” já não vai parar até termos um Portugal mais justo e transparente.
Dizer que o que fazem é uma vergonha, dizer que o clima é de impunidade quando se tem dois pesos e duas medidas, não é falta de respeito por ninguém, é sim dizer com liberdade a verdade.
O caso não é isolado, basta pensarmos que Mariana Mortágua também já tinha sido protegida pelo PS quando foi recusado o levantamento de imunidade por alegadamente estar em incumprimento na Assembleia da República e ter recebido dinheiro de um órgão de comunicação social ao mesmo tempo que declarava estar em exclusividade no parlamento, o caso é apenas a confirmação que todos estão contra a verdade e a transparência e por isso contra o Chega!
Não deixa de ser surpreendente o posicionamento do PSD que se coloca ao lado desta vergonha, não entendemos… será por ter “rabos de palha” e estar a acautelar o futuro ou porque continua na lógica que o seu adversário está à direita e desta forma posiciona-se cada vez mais como um Partido à esquerda? Será ainda porque continua a assumir posições como as que assumiu durante a campanha eleitoral com a conversa das linhas vermelhas e ainda não entendeu que por causa disso deu uma maioria absoluta ao PS?
O colaboracionismo do PSD em relação ao PS não define linhas vermelhas, ao invés disso define de que lado está e as sondagens no Distrito de Setúbal demonstram que está a perder terreno para o Chega e que em breve seremos a segunda força política no distrito.