1 Maio 2024, Quarta-feira
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História de um 5.º andar

Um fim de tarde – o de terça, 20 de Junho passado – foi momento repleto no Museu do Aljube, Resistência e Liberdade, junto à Sé, em Lisboa, para o anúncio de mais uma sessão em parceria com o Movimento Democrático de Mulheres (MDM), a 29 de Novembro, evocativa de Maria Alda Nogueira, uma vida antifascista clandestina cheia de luta pelos direitos das Mulheres, da Liberdade e da Paz, paga com prolongada prisão, até ao 25 de Abril.

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Porta do Roteiro do terror salazarista que passou por Caxias, o Forte de Peniche, o Campo da Morte Lenta do Tarrafal, entre outros, durante o Estado Novo, 30 mil portugueses ali estiveram fechados em células minúsculas de metro e meio por dois, sem julgamento, espancados e torturados.

Inaugurada 2 de Abril de 2015, é tempo agora de dizer: naquela terça o Museu acolheu um debate sobre a edição das “Mulheres do Meu País”, de Maria Lamas, que partilhou com a Maria Alda, em 1945, a Direcção do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, não podendo faltar-lhe, claro, a prisão. Estamos buscando em vários registos, todos online, quem não chega lá?

Segundo um catálogo do MDM, suporte da Exposição “Maria Lamas, uma mulher do nosso tempo”, que percorreu vilas e cidades, a obra que temos em mão, “sem dúvida a grande reportagem” da escritora e jornalista, foi “publicada em fascículos para fugir à censura”. Trata-se de um feito de 1948-1950, e que deixava ao critério de quem não se “interessasse” pelas suas edições quinzenais, até perfazerem 480 páginas, a possibilidade de os “devolver intactos, ao carteiro” (reprodução fac-simile, Editorial Caminho, 2002).

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Hoje em dia não há carteiros das TV’s, assim já se leu, mas sempre os intactos que não devolvem a luta.

A sessão teve lugar no Auditório, – no 5º andar. Tarde primaveril, alguém, à saída, não deixou de comentar: “Sinto bem nos ombros do peso de Castelo de São Jorge, aqui tão perto, mas também vejo, lá nos contornos além Tejo, o de Palmela, e vem-me à cabeça aquela troca de correspondência que foi a Almenara”. Referia-se ao acender de fogueiras no Castelo a poucos quilómetros do Sado, por aí baixo, quando D. Nuno Álvares Pereira, oriundo da vitória na Batalha dos Atoleiros, na Fronteira, deu confiança ao Mestre de Avis, cercado em Lisboa, o qual, resistindo com mais ânimo, pôs os castelhanos em debandada (História de 1383/84/85).

 

Valdemar Santos
Militante do PCP
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