26 Abril 2024, Sexta-feira
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Opiniões independentes e respeitadas sobre a guerra

Pela gravidade que a guerra na Ucrânia atingiu, destacamos opiniões de respeitadas personalidades públicas que não alinham no discurso tendencioso que omite as suas origens e possibilidades de entendimentos para lhe pôr fim. A única possibilidade para se conseguir a paz. Pela força das armas que poderá chegar às nucleares, que se pretende? A loucura do extermínio?

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Miguel Sousa Tavares, Expresso, 3/2/23 : “ O envio dos tanques Leopard para a Ucrânia representa uma mudança essencial e a dois níveis no papel dos países neutros (…) Por um  lado, não se trata mais de enviar armas para ajudar Kiev a defender-se da invasão russa e a evitar que, como nos contam para adormecermos, depois da Ucrânia, Moscovo venha por aí fora até à foz do Tejo, mas sim de armas ofensivas que permitam a Kiev assegurar a tal vitória que, segundo o secretário da Defesa norte-americano, é o objetivo final da guerra garantirá que nunca mais a Rússia se atreva a aventuras semelhantes, ainda que provocada. E, por outro lado, não sendo uma decisão coletiva, tomada no âmbito da NATO (…), significa apenas uma decisão unilateral de cada país, para todos os efeitos legais e políticos, é uma declaração de guerra à Rússia. (…)

O que eu reclamo é da forma como nos envolveram neste processo, como se fosse a coisa mais banal do mundo. Em primeiro lugar, foi verdadeiramente surpreendente e humilhante que a primeira fonte que noticiou o envio de tanques portugueses para a Ucrânia fosse o próprio Presidente ucraniano, em conferência de imprensa (…) Em segundo lugar, é extraordinário que uma decisão desta relevância seja decidida sem passar pela AR, pelo Conselho de Estado, e mesmo sem uma palavra do comandante supremo das Forças Armadas. Sem uma explicação pública do primeiro-ministro (…). E, claro, sem qualquer manifestação de interesse em debater o assunto pela opinião pública. Enfim, é para mim espantoso que António Costa que vive a desculpar-se com a inflação e outros problemas importados por via da guerra- o que é verdade- não peça aos manifestantes que estão na rua, os professores e outros, a todos os portugueses descontentes e em dificuldades, que vão antes manifestar-se em frente às embaixadas dos EUA, da Rússia, da Ucrânia, da representação da UE, exigindo o fim da guerra e a abertura de negociações de paz.(…) enquanto vemos os fabricantes de armas a fazerem fortunas, a economia americana a prosperar enquanto a Europa definha e se ajoelha, a Ucrânia a ser destruída, o combate às alterações climáticas a retroceder anos.(…) António Costa, podia era meditar no exemplo do seu amigo Lula da Silva, que, solicitado a enviar também tanques para a Ucrânia, ofereceu-se antes para fazer parte de um grupo para mediar a paz.”

Sob o lema “Parar a Guerra Dar uma Oportunidade à Paz”, o CPPC com diversas organizações já aderentes, vai organizar este mês, ações em Viseu, Lisboa, Évora, Porto, Coimbra, quinta- feira 16, em Setúbal e sexta 17, em Corroios.

Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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