Uma guerra, cujas consequências já tão drásticas, poderá provocar ainda outras muitíssimo piores
A pandemia, a guerra na Ucrânia e a concentração da riqueza, causaram um aumento exponencial da pobreza que aumentou 12,5% e há centenas de milhares de portugueses que empobrecem mesmo a trabalhar. Tudo aumentou, incluindo a inflação, menos os salários e as pensões de reforma, que estão longe de a acompanhar. Também com o aumento das rendas de casa, aumentaram as famílias despejadas. Uma média de cinco por dia. Aparentemente em contradição, só aparentemente, porque o sistema (capitalista) assim o permite, aumentaram também, e muito, os lucros das empresas das grandes superfícies comerciais, da energia, da banca e outras. Por exemplo, O Pingo Doce, em nove meses, obteve 419 milhões de lucros, a Sonae 268 milhões, o maior lucro dos últimos 8 anos, o grupo EDP mais 306 milhões, a Galp mais 608 milhões, os maiores bancos duplicaram os lucros e os portugueses pagaram em comissões bancárias 1827 milhões de euros. Portanto, este contraste do aumento da pobreza e do aumento, nestes montantes, dos lucros destas grandes empresas, é obsceno e imoral. Mas isto só acontece, primeiro, porque fazendo parte do núcleo estratégico da economia nacional, nomeadamente as do sector da energia e pelo menos alguns bancos, nunca deveriam sequer terem sido privatizadas. Mas, mesmo assim, se têm estes lucros, é porque também não são tributadas como deviam ser. A decisão das privatizações, como se sabe, é da responsabilidade do PS, do PSD e do CDS. Agora, claro, a gestão, é do Governo PS (não seria diferente, supomos, se fosse do PSD). Em relação à influência da pandemia, podia não ter sido tanta, mas no que respeita ao seu combate e gestão, o comportamento do Governo do mesmo partido, até foi aceitável. Embora o grande aplauso, vá para os trabalhadores do sector da saúde e do SNS. Nada aceitável, é o seu comportamento em relação a esta guerra tão custosa à Ucrânia, ao seu povo, ao povo russo e em termos económicos, ao resto da Europa e não só. Guerra, cuja origem, remonta ao golpe de 2014 que contou com o apoio dos EUA e da UE e com a participação de grupos fascistas que levou ao poder o atual governo xenófobo e belicista e que se agravou com o não cumprimento dos acordos de Minsk, o contínuo avanço da NATO para leste e a retaliação da Rússia com a invasão. Uma guerra, cujas consequências já tão drásticas, poderá provocar ainda outras muitíssimo piores. Como se viu com o caso do míssil da Ucrânia que atingiu território de um país membro da NATO (cuja interferência, Zelisnky reclamava a pés juntos), a Polónia. Guerra, que é imperioso parar e não continuar como a NATO deseja. Vejam-se as conclusões da sua última cimeira. Essencialmente, estás nas mãos de Biden e de Putin. E nas dos povos que devem bater-se para que isso aconteça. Nada aceitável, a posição do Governo PS em relação à guerra, porque deveria mesmo no seio da UE e da NATO, dar o seu contributo para a paz e não para a guerra, ao submeter-se-lhes, tal como estas o fazem, em relação aos EUA.