27 Abril 2024, Sábado
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É racismo tentar ser justo?

OChega não é contra a habitação municipal, é contra o uso abusivo da mesma e é contra o facto de as casas serem entregues sem critério, não serem entregues muitas vezes a quem na realidade precisa em determinado momento da sua vida, é contra a inoperância do sistema perante dividas com dezenas de anos de determinados inquilinos que têm sinais exteriores de riqueza que não se coadunam com dívidas.
A existência de milhares de casas municipais que estão em “regime de subarrendamento”, ou seja, pessoas que alegadamente necessitavam de uma casa de habitação permanente e que usam o bem público para através de um esquema fraudulento subarrendar a outras famílias que não conseguem entrar no mercado de arrendamento legal.
O problema vem de longe quando foi permitido fazer contratos com “desdobramento”, quando um filho que estivesse na ficha de habitação dos pais ao atingir os 18 anos teria direito também ele a viver em habitação municipal. A lei alterou e proibiu estes desdobramentos, mas a lógica de entrega de chaves de habitação municipal continuou a ser igual e para os mesmos.
A injustiça é tremenda perante não apenas os que trabalham e têm de pagar a sua habitação, como perante aqueles que realmente necessitam de habitação municipal e que em consequência da política de habitação existente não têm acesso a este “bem público”.
Não é feito um levantamento sério das dívidas, não se sabe quantas casas estão em posse de agregados familiares que não são os mesmos que têm contrato com a câmara, não cruzam os dados entre municípios e não conseguem garantir que o mesmo agregado familiar não tenha casa em mais que um concelho. Será racismo pedir a clarificação deste assunto? Será racismo tentar definir regras claras e justas para todos? Será xenofobia saber quantos idosos não têm acesso a casas municipais porque descontaram uma vida de trabalho e assistirmos a quem nada faz a ficar com casas com sinais exteriores de riqueza? É apenas uma questão de bom sendo e de justiça social.
Não somos contra A ou B, somos contra todos aqueles que se servem de uma discriminação positiva para viverem à margem do estado, chamar racista, ou qualquer coisa acabada em “ista” a todos aqueles que lutam diariamente contra um sistema que teima em se adaptar às novas realidades. Mas nos bairros municipais só existe gente má? Gente que não trabalha? Obvio que não, e para quem tinha dúvidas o covid deu uma resposta clara, pois enquanto praticamente todos estávamos fechados em casa no início da pandemia, os focos de maior transmissão eram os bairros municipais, por uma razão, os transportes públicos com muita gente que de lá saía para trabalhar iam cheios, muitos tiverem de continuar a trabalhar, mas até para esses é uma injustiça terem de viver determinadas realidades discriminatórias à porta de casa.
É racismo tentar ser justo? Racismo é beneficiar A ou B porque é da raça/etnia C ou D. Não misturamos os que não pagam porque não podem e os que não pagam porque não querem!

Bruno Nunes
Deputado do Chega
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