4 Maio 2024, Sábado
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Apreensão mas não resignação

Passadas que são pouco mais de meia dúzia de horas sobre o apuramento dos resultados eleitorais (ainda faltam os quatro mandatos da emigração), debruçamo-nos, sobre o ainda o assunto do dia. O assunto que irá marcar a curto e, muito provavelmente, a médio prazo, a vida nacional.

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A vitória do Partido Socialista, o principal responsável pelo país assimétrico e ainda tão injusto, que temos, não nos tranquiliza. Longe disso! Aliás, mesmo a reação de muitos dos que o festejaram, foi bastante rápida e contida. Portanto, por tudo isso, a nossa apreensão. Sentimento que se acentua, e muito, não só pela maioria absoluta do PS, mas por aqueles milhares de incautos que, desiludidos por tantos anos das políticas do PS e da direita, embarcaram na demagogia, na mentira, na verborreia reacionária do partido (unipessoal) xenófobo e neo-fascista da extrema-direita. Que, por certo, agora ainda com mais amplitude devido à injusta representação parlamentar que conseguiu.

Apreensivos, ficamos também, e muito, por ver que matérias tão importante como, por exemplo, a defesa do ambiente, a proteção da Natureza, o combate às alterações climáticas,  a defesa da ferrovia, do interior do país, dos  direitos dos animais, etc., irão ser muito  prejudicadas pelo facto do Partido Ecologista Os Verdes, ter sido varrido do Parlamento e ficando o PAN apenas com uma deputada.

Apreensivos, ficamos ainda, por constatar que deputados tão consensualmente brilhantes como João Oliveira e António Filipe do PCP não foram sequer eleitos. Ou ainda José Manuel Pureza do BE. A redução da representação parlamentar deste partido e principalmente do PCP, é um rude golpe na luta pelos direitos dos trabalhadores, pela defesa do Serviço Nacional de Saúde, contra a evasão fiscal, pela produção nacional, pelo desenvolvimento do interior e do País, enfim, por um Portugal mais justo e desenvolvido.

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Como aqui dissemos, o papel da esmagadora maioria da comunicação social, teve primordial importância na estratégia da bipolarização, na propaganda da estabilidade, no fomento do medo.

Mas a democracia não se constrói apenas no Parlamento! Ela constrói-se também na rua, nos locais de trabalho, na luta, na vida. Portanto, a maioria absoluta do PS, a rápida ascensão da extrema-direita, os maus resultados do PCP e restantes partidos à esquerda do PS, não vão esmorecer o ânimo dos seus militantes, simpatizantes e muitos milhares de outros compatriotas. Muitos deles, que votaram PS ou até Chega, e que irão engrossar as fileiras da luta por um Portugal bem mais justo e desenvolvido.

Uma última referência para uma coisa grave que está aí a acontecer, com tendência para se agravar, e sobre a qual, a indiferença ainda é quase geral: referimo-nos à seca. Não esquecer que estamos em pleno inverno, e a previsão de chuva, pelo menos para os próximos dez dias, é zero. Portanto, é bom que estejamos atentos, adequemos o nosso comportamento às circunstâncias, e exijamos do Governo medidas adequadas.

Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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