28 Março 2024, Quinta-feira
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Parabéns, Vitória! Muitos anos de vida e muitos sócios também

“Onde é que existe um rio azul igual ao meu?”. Foi uma de muitas outras expressões de admiração que o nosso tão saudoso Xico da Cana utilizou para demonstrar o muito que queria a Setúbal.

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É verdade que temos um rio com uma cor que torna a nossa cidade mais próxima do céu. Antes de se fundir com o Atlântico espraia-se numa baía das mais belas do mundo. O nosso rio, ao invés de quase todos os outros, tem uma particularidade que deveria ser referencial para a vida de todos os setubalenses: o Sado “sobe” da nascente para a foz e não “desce”.

Setúbal tem uma serra com vegetação secular e diversificada. Do seu cume vislumbram-se diferentes horizontes. Sebastião da Gama chamou-lhe “serra mãe”. Abraça Setúbal.

Reveste-se de um verde de alto a baixo, por vezes, em algumas zonas, perde a sua cor original por intervenções menos dignas de mãos humanas que lhe deitam fogo, sabendo que ela pode perder a sua cor original. Mas mesmo nesses espaços mais enegrecidos volta a reaparecer um verde mais viçoso.

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A nossa marca turística, para além das belas praias, é agora o choco frito. Esta iguaria e o bom peixe da nosso emblemático Mercado do Livramento têm feito vir a Setúbal muita gente.

Esta foi a alternativa que se foi impondo para preencher o vazio deixado pela pesca da sardinha no nosso mar e das dezenas de fábricas que conservavam algumas das espécies pescadas. Os setubalenses, natos ou adoptados, são boa gente. Têm dado provas de grande resiliência em várias crises. É laboriosa.

Falta-lhe, porém, maior capacidade de se mobilizar na defesa de causas colectivas. Não existe uma identidade comunitária que galvanize vontades. Ou seja, há que assumir uma causa emblemática.

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Elas podem ser várias, mas há já uma que tem sido, até agora, a que se tem mantido como a de grande referência. É o Vitória Futebol Clube. Vejam bem que todas as características endógenas da nossa cidade e região estão reflectidas nos seus 111 anos.

Tem passado por tempos de glória e de tristeza. Tem ultrapassado todas as adversidades. A actual crise atingiu o seu ponto mais alto com a inusitada e inesperada descida da sua equipa sénior da modalidade de futebol para o campeonato de Portugal.

Felizmente, com o labor de uma equipa técnica e de todos os jogadores, que “vestiram a camisola e a encharcaram de suor vitoriano”, já conseguiram subir à 3.ª Divisão. Foram as actividades amadoras que, com igual sacrifício, conseguiram, também, manter viva a cor verde que é uma das marcas da identidade do VFC e que associamos à esperança, mas como esta virtude é a última a morrer não se pode baixar os braços.

Dos derrotados não reza a história. É preciso tudo fazer para garantir a vitória do combate que, heroicamente, está a ser travado para que retomemos a dignidade desportiva e social de outrora.

Para isso, é imprescindível manter a unidade entre todos os associados; responsabilizar todos os que, comprovadamente, prejudicaram, dolosamente, o clube, mas sem rancores nem exclusão de ninguém, sem motivos bem ponderados; uma vez conseguida a unidade, melhores condições haverá para fazer regressar à cidade, e quiçá, a região de Setúbal ao seu emblemático clube, angariando mais associados e motivando os que deixaram de pagar as suas quotas, a retomar essa “obrigação”.

Este terá de ser o contributo dos amigos do VFC junto dos seus familiares, amigos, colegas de trabalho ou de ócio; assistir aos jogos das modalidades que mais se apreciarem, pois, em qualquer jogo há sempre mais um jogador, que são todos os que preenchem as bancadas, criando um clima de incentivo e não de perturbação.

Penso que estamos no bom caminho. Para já, só tenho a reconhecer a dedicação generosa dos elementos dos Órgãos Sociais. O tão prometido investidor, desta vez, apareceu e as suas primeiras atitudes apontam para uma postura credível. É importante ter sempre presente que um investimento não é um donativo.

O ex-libris do clube, o seu estádio, está, mais embelezado. Dá mais nas vistas de quem nos visita. Como setubalense reconheço o esforço feito pelo anterior executivo camarário para dar uma visibilidade mais bela ao conhecido Estádio do Bonfim.

Reafirmo que tudo o que de bem vier a acontecer dependerá dos que gostam, verdadeiramente, do VFC. O Conselho Vitoriano assumiu, desde logo, o compromisso de não só ajudar os Órgãos Sociais do Vitória com conselhos que lhe sejam pedidos ou considerados pertinentes, mas também a manter-se numa atitude de pró-actividade para que sejam alcançados os anseios de todos os vitorianos.

Seremos sempre parte da solução e nunca de qualquer problema. Se todos caminharmos no mesmo sentido, poderemos estar, daqui a um ano, a cantar, mais uma vez, os parabéns ao nosso Vitória.

Este ano, podemos fazê-lo com maior confiança e no dia 20 confraternizámos e cantámos os parabéns pelos 111 anos de existência do nosso querido Vitória, ao mostrarmos que o nosso clube “Não é grande… É enorme”, sobretudo nos tempos de maiores dificuldades. Em nome do Conselho Vitoriano, digo como Zeca Afonso: “Tragam um amigo também.”

Eugénio Fonseca
Presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado
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