2 Maio 2024, Quinta-feira
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Clima, a última esperança será o medo

Para além das guerras, as precárias condições de vida, as doenças, nomeadamente as então denominadas pestes (epidemias), foram, ao longo dos séculos, os grandes males da humanidade.

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Com o desenvolvimento da agricultura, da técnica em todos os domínios, de melhores condições higiénicas e, sobretudo, da medicina, apesar de enormes assimetrias, as condições de vida têm progressivamente melhorado. E, fruto disso, a população mundial tem crescido exponencialmente.

Mas, apesar de todo este desenvolvimento, há características do homem que pouco ou nada se alteraram; o egoísmo, a ganância, a exploração do seu semelhante, essência do sistema capitalista, no fundo, a natureza humana.

Além dos recursos necessários para alimentar já quase 8 mil milhões de bocas, têm-se abusado, e muito, desses recursos que não são inesgotáveis.

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As guerras que continuam com armamentos cada vez mais sofisticados destacando-se o nuclear (por enquanto ainda só usado uma vez…), a eliminação de florestas  à média de 27 hectares por minuto,  explorações agrícolas intensivas ocupando cada vez mais espaço e consumindo quantidades enormes de fertilizantes e pesticidas que contaminam e esgotam os solos, plásticos e outros materiais não degradáveis que poluem rios e mares, o aquecimento da atmosfera provocado pela utilização dos combustíveis fósseis; petróleo, gás natural e carvão mineral, tudo isto e muito mais, conspurcando o planeta, alterando o clima e causando a extinção de  grande parte das espécies vegetais e animais, tão necessárias tanto ao meio-ambiente, como à nossa própria espécie que está também ameaçada de extinção.

É neste contexto que decorre a 26ª Conferência Sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP 26).

Na transição da utilização dos combustíveis que emitem gases com efeito de estufa, para os renováveis e não poluentes, duas coisas seriam essenciais: a cooperação e a ajuda aos países em desenvolvimento.

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Quanto à primeira, basta ver as relações entre as duas super-potências, EUA e China e a Rússia. O permanente desejo de hegemonia global e de ameaça da primeira, corta cerce qualquer cooperação. Aliás, alimenta a corrida aos armamentos. Quanto à ajuda, o que se verifica, são as multinacionais a açambarcarem matérias-primas onde se inclui, a destruição de florestas para madeira e explorações intensivas e de gado. Mesmo a nível do cidadão comum, têm-se feito campanhas mediáticas para que passe a ter um comportamento mais cívico e responsável em relação à poluição? Entre nós, a realidade que melhor conhecemos, as próprias Autarquias têm dado prioridade à limpeza das margens de pequenos e grandes cursos de água para que aquando de enxurradas não sejam arrastados mais plásticos e outros materiais não degradáveis para o mar onde já se encontram milhões de toneladas?

Perante os efeitos cada vez mais catastróficos das alterações climáticas, a última esperança que nos restará, são os efeitos positivos que o medo provocará. Mas o abismo está cada vez mais perto.

Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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