23 Abril 2024, Terça-feira
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O início de uma nova época balnear

Iniciamos agora mais uma época balnear, a segunda que vivemos de um modo diferente devido à crise sanitária que atravessamos. Esta situação obrigou já no ano passado a uma adaptação a contra-relógio da forma como estávamos habituados a viver o período estival e ao modo como usufruímos de um dos nossos maiores capitais que são as praias e a nossa orla costeira.

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Um país que tem no turismo uma grande fatia da sua actividade económica, e que este está alavancado em grande parte na frente atlântica, sabe há muito que o sucesso vai residir entre muitos outros factores, num correcto e eficaz ordenamento do território litoral.

Todos temos uma ideia do que não queremos para o litoral. Portugal tem de norte a sul (especialmente na região do Algarve) muitos e variados exemplos de uma ordenação do território, com a construção massiva e desordenada, porém a escolha das políticas de ordenamento a adoptar pode ser um tema que pode ter diversas abordagens.

Não querermos repetir erros do passado pode criar a ideia de rejeição de qualquer intervenção e de impedir qualquer intervenção com o pretexto de que qualquer acção que seja implementada vai ter impactos negativos. Porém muitas das vezes é precisamente o oposto que ocorre.

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A falta de ordenamento e de criação de condições para fornecer a quem procura as nossas praias pode ter efeitos tão ou mais negativos em locais que são artificialmente mantidos “selvagens”, mas que têm uma elevada procura e utilização em especial na altura do verão. Os riscos de uma utilização e acesso desregrado ao litoral apresentam riscos bem mais elevados e colocam uma pressão maior nestes territórios e podem ter impactos muito negativos no meio ambiente, colocando em perigo espécies e habitats.

A melhoria dos acessos às praias assume um papel fulcral. A melhoria dos acessos, em conjunto de uma maior e mais adequada oferta de transportes ou de meios ligeiros, podem ser contributos para permitir reduções drásticas nos habituais congestionamentos de trânsito que tanto contribuem para as emissões de carbono e aumentos da temperatura. Os actuais estacionamentos sem controlo e sem critérios de gestão terão de ser substituídos por equipamentos enquadrados no meio ambiente com a integração de zonas verdes e espaços de lazer, podendo ser também uma importante ferramenta no controlo de acessos em períodos como o que vivemos actualmente.

Terão de ser assegurados uma oferta de serviços e equipamentos, nomeadamente nos apoios de praia, na vigilância e na segurança dos utilizadores, na oferta de actividades desportivas e de lazer para que seja possível mudar o paradigma do usufruto das nossas praias permitindo que estas tenham condições para serem usadas durante todo o ano e não apenas nos meses de verão. Temos de levar muito a sério este desígnio de modo a que possamos tirar o máximo proveito de um dos grandes activos de que dispomos, e podermos tirar proveito em plenitude a nossa costa durante todo o ano.

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