A obra da Fundação Buehler-Brockhaus está à vista e cidade deve mostrar-se reconhecida
A Fundação Buehler-Brockhaus, criada por um casal de alemães que adoptou Setúbal como sua cidade de residência, em 2008, anunciou o fim da actividade, após dez anos de forte apoio ao desenvolvimento artístico, cultural e até social, local e regional.
Durante uma década, a fundação doou alguns milhões de euros em sete esculturas – em pontos distintos da cidade, como os Golfinhos, na Rotunda do Alegro, Zéfiro, no Monte Belo, ou as Sardinhas, nas Fontainhas – mas também em apoio a obras de arqueologia e restauro – do Fórum Luísa Todi ao Convento de Jesus, passando pelo Mercado do Livramento ou a requalificação da Doca de Pesca – e até de subsídios, prémios e ofertas em géneros a várias colectividades e organizações culturais, como a LASA, o Festróia ou as companhias de teatro e dança.
A mão amiga deste invulgar casal não se ficou apenas pela cidade, tendo chegar, por exemplo, a Alcácer do sal, através da compra de instrumentos musicais para a Sociedade Filarmónica Visconde de Alcácer.
Esta generosa prática chegou agora ao fim, anunciado pelos fundadores, que agradecem o apoio da Câmara Municipal de Setúbal.
Dizem que a cidade “tinha todos os requisitos para ser o sitio certo onde o apoio poderia ser bem vindo”. E esperamos que realmente tenha sido.
O motivo do fim da fundação não é explicado, nem é necessário que seja para efeitos da devida gratidão colectiva. Setúbal, e os setubalenses, saberão certamente guardar memória desta tão invulgar e relevante dádiva e um espaço no coração para os seus generosos protagonistas.