Reivindicam a melhoria das condições de trabalho, como “a questão da evolução das carreiras profissionais e o horário de trabalho, que foi alterado de forma contrária à [sua] vontade”
Os trabalhadores da PSA Sines e da LaborSines, no Terminal XXI do Porto de Sines, vão avançar com nova greve parcial, em dois períodos, e paralisações nas últimas duas horas de cada turno.
Em comunicado, o Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP) indicou que o primeiro período da greve parcial arranca já na segunda-feira e vai decorrer até dia 17, estando o segundo período da paralisação agendado entre 25 e 31 deste mês.
A paralisação abrange “as últimas duas horas de cada turno”, esclareceu o SIEAP.
De acordo com o sindicato, a greve deve-se à “intransigência e silêncio persistente da administração” da PSA, concessionária do Terminal XXI do Porto de Sines, e da LaborSines, empresa de trabalho portuário temporário, que “continua a ignorar as justas reivindicações dos trabalhadores”.
Contactado pela agência Lusa, o secretário-geral do SIEAP, Cláudio Santiago, lamentou a falta de diálogo entre a administração e os trabalhadores que “têm tentado fazer alguma aproximação” para “chegar a um acordo” com a empresa.
Os trabalhadores “até cancelaram a greve ao trabalho suplementar, uma das questões [que a empresa] levantou para que pudéssemos reunir e tentar alcançar um acordo, mas surpreendentemente a empresa não agendou novas reuniões, alegando outros motivos”, disse.
“Ficámos bem ilustrados sobre a postura que, neste momento, a administração da PSA infelizmente tem para com os trabalhadores”, criticou.
Já entre 26 de maio e 6 de junho, os trabalhadores das duas empresas cumpriram uma greve nos mesmos moldes, convocada pelo SIEAP, para exigirem melhores condições de trabalho.
Segundo o dirigente, com esta nova greve parcial, nas duas últimas horas de cada turno, os trabalhadores querem dar mais “um sinal à empresa de que as coisas não estão bem”.
“Fizemos esta greve parcial para não criar um impacto tremendo do ponto de vista financeiro para os trabalhadores e porque não queremos penalizar as operações, com desvio das cargas no maior porto nacional, com impacto tremendo na economia” do país, afirmou.
No entanto, admitiu, se a administração mantiver este impasse no retomar das negociações, durante estas duas semanas, os trabalhadores “vão ter mesmo de parar” o Terminal XXI do Porto de Sines.
“A nossa ideia é sempre tentar chegar a um patamar de diálogo e, por isso, damos um intervalo de uma semana, entre o primeiro e o segundo período de greve, para que a empresa possa repensar, maturar as suas ideias e mudar a sua postura”, avisou.
Os trabalhadores reivindicam a melhoria das condições de trabalho, como “a questão da evolução das carreiras profissionais e o horário de trabalho, que foi alterado de forma contrária à [sua] vontade”, precisou.
Segundo o comunicado do SIEAP, “a paralisação afetará todas as operações portuárias no Terminal XXI do Porto de Sines, envolvendo tanto trabalhadores efetivos como contratados”.
À Lusa, o dirigente avançou que o sindicato está igualmente a recolher assinaturas para um abaixo-assinado a alertar para “as reivindicações dos trabalhadores”, que poderá ser entregue, na segunda semana de greve, à administração da PSA Sines e LaborSines, Administração dos Portos de Sines e do Algarve e ao Ministério do Trabalho.
Contactada pela Lusa, a PSA Sines não prestou, até ao momento, esclarecimentos sobre esta paralisação.