Tesouro de igreja de Sines em exposição no Panteão Nacional

Tesouro de igreja de Sines em exposição no Panteão Nacional

Tesouro de igreja de Sines em exposição no Panteão Nacional

Exposição, no âmbito das iniciativas que assinalam os 500 anos da morte do navegador, fica patente no Panteão até 27 de Abril

Oitenta peças que constituem o tesouro da Igreja de Nossa Senhora das Salas, em Sines, estão expostas, a partir de quinta-feira, no Panteão Nacional, em Lisboa, no âmbito do quinto centenário da morte de Vasco da Gama.

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A exposição coincide com obras de restauro na igreja, mandada erigir por Vasco da Gama na sua terra natal, no cumprimento de um voto de agradecimento pelo êxito da sua viagem marítima à Índia, em 1498.

A Igreja de Nossa Senhora das Salas vai ser alvo de “uma profunda campanha de recuperação, ao longo deste ano, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da Cultura”, afirma a Câmara de Sines em comunicado.

“Devido à necessidade de retirar todas as obras de arte do interior do templo durante os trabalhos, foi possível encontrar no Panteão Nacional o lugar seguro para as conservar e ao mesmo tempo manter acessível ao público aquele que é um dos mais ricos tesouros sacros do Alentejo”, lê-se no comunicado da autarquia.

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Da exposição constam duas esculturas em pedra, que “terão sido do conhecimento de Vasco da Gama”, disse à agência Lusa fonte da autarquia. Trata-se de uma imagem de Nossa Senhora que “estava na igreja onde Vasco da Gama foi crismado em 1480”, e a outra é uma imagem de São Bartolomeu, de cerca de 1500, “da altura em que Vasco da Gama voltou da Índia e foi viver para Sines, onde aforou um moinho perto da ermida de onde veio essa imagem”.

Em exposição estará também “um grande conjunto de jóias dos séculos XVIII e XIX, com destaque para as pedras do Brasil – diamantes, topázios, granadas, ametistas, etc.. Estas jóias, em que dominam os alfinetes trémulos e os brincos, eram colocadas na imagem de N. Sra. das Salas no dia da sua festa [15 de Agosto]. Adornavam um vestido do início do século XIX bordado a prata, também patente na exposição”.

“Um outro destaque da mostra é uma imagem de Santa Catarina, da devoção dos navegadores, pintada e dourada, com atributos de prata e jóias”.

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Vasco da Gama ordenou a construção da igreja em cumprimento de um voto de agradecimento pelo êxito da sua viagem por mar até à Índia, contornando o extremo sul de África, o denominado cabo das Tormentas, rebaptizado depois da sua viagem como da Boa Esperança.

A autarquia refere que Vasco da Gama foi “recebido triunfalmente” e “logo se apressou a mandar erigir a igreja das Salas”, na localidade onde nasceu em 1468, e da qual seu pai fora alcaide-mor.

“Na fachada da igreja, Vasco da Gama mandou colocar a sua pedra de armas, em posição de destaque, juntamente com uma lápide onde constam todos os seus títulos, o que desagradou profundamente à Ordem de Santiago, a quem pertencia o senhorio da terra”, escreve a autarquia.

O rei Manuel I projectou outorgar ao navegador um título nobiliárquico como recompensa pelo sucesso da sua viagem, atribuindo-lhe o senhorio de Sines, mas enfrentou a oposição da Ordem de Santiago, que administrava grande parte do território a sul do rio Tejo, sendo-lhe atribuído o título de conde da Vidigueira, localidade próxima.

Segundo a autarquia, Vasco da Gama chegou “mesmo por ser expulso da vila por D. Manuel I”.

A exposição, no âmbito das iniciativas que assinalam os 500 anos da morte do navegador, fica patente no Panteão até 27 de Abril.

O navegador faz parte das figuras assinaláveis do país evocadas no Panteão Nacional, apesar de estar sepultado no Mosteiro dos Jerónimos, na sala central do Panteão, um cenotáfio que homenageia o almirante das Índias, ao lado de outros memoriais fúnebres dedicados ao infante D. Henrique, a Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Nuno Álvares Pereira e Afonso de Albuquerque.

Vasco da Gama foi o primeiro europeu a alcançar a Índia por via marítima, em 1498, inaugurando uma nova rota, que contornava o extremo sul de África, abrindo caminho a novas trocas comerciais.

As comemorações do navegador, nos 500 anos da sua morte, iniciaram-se no passado dia 16 de Dezembro, no Mosteiro dos Jerónimos, com a colocação de uma coroa de flores pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, ato seguido de um concerto, no Centro Cultural de Belém.

Neste âmbito, realiza-se um tríptico de conferências, iniciado em Lisboa no passado dia 5 de Janeiro, que inclui Sines, com uma conferência prevista para o próximo dia 15 de Fevereiro, no Centro de Artes.

O programa comemorativo é uma iniciativa do Ministério da Cultura e tem como objectivo “garantir que figuras históricas desta importância e ciclos evocativos como estes 500 anos façam parte da oferta cultural que o Ministério da Cultura tem de garantir”, segundo declarações da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues.

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