26 Junho 2024, Quarta-feira

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Movimento interpõe acção judicial contra abate de quase dois mil sobreiros

Movimento interpõe acção judicial contra abate de quase dois mil sobreiros

Movimento interpõe acção judicial contra abate de quase dois mil sobreiros

Grupo opõe-se ao abate das árvores para construção de um parque eólico. A acção visa o Ministério do Ambiente

 

Um movimento de cidadãos interpôs uma acção judicial contra o abate de 1 821 sobreiros para a construção do Parque Eólico de Morgavel, em Sines, que diz estar ligado à investigação que levou à demissão do primeiro-ministro.

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Em comunicado divulgado na passada sexta-feira, o grupo de cidadãos indicou que a acção judicial deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja, no início deste mês, através do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA) e da Cooperativa Regenerativa, na sequência de uma providência cautelar interposta pelo mesmo movimento em Outubro.

“A acção judicial que põe em causa a legalidade do despacho de 1 de Agosto de 2023 do ministro do Ambiente e da Acção Climática entrou no passado dia 2 no Tribunal de Beja, dando suporte à providência cautelar que foi submetida e aceite pela mesma instância”, no final de Outubro, avançou o movimento.

Em declarações à agência Lusa, a porta-voz do movimento, Avani Ancok, explicou que “o crime é o abate ilegal de sobreiros protegidos pela legislação vigente em Portugal através da imprescindível utilidade pública e o argumento desta acção é a ilegalidade do despacho n.º 7879/2023 proferido pelo ministro do Ambiente, publicado em Diário da República”.

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O despacho de Duarte Cordeiro reconhece “o imprescindível interesse público do projecto eólico de Morgavel” e o consequente abate de 1 821 sobreiros para a construção de um parque eólico em Sines.

Na nota, o movimento adiantou que este processo “visa a protecção efectiva de um bosque de sobreiros perto de Sines, depois de o Ministério do Ambiente ter dado autorização à EDP para o seu abate, com vista à instalação de um parque eólico”. E alegou que “o polémico parque eólico que a EDP queria instalar em Sines está na base das investigações que levaram à demissão do primeiro-ministro”.

Para o grupo de cidadãos, “os principais pontos críticos do modelo em vigor do processo de Avaliação de Impacto Ambiental são claramente favoráveis às empresas em detrimento dos ecossistemas e das populações locais”. “A relação do projecto do Parque Eólico de Morgavel em Sines e a intervenção do município no processo administrativo com os projectos hidrogénio verde e o ‘data center’ está ligada com acções que levaram ao recente desmantelamento do Governo”, argumentaram.

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Questionada pela Lusa, a porta-voz do movimento esclareceu que a acção judicial “visa o Ministério do Ambiente e da Ação Climática e tem como contrainteressado o Parque Eólico de Moncorvo Lda”. “O suposto Parque Eólico de Moncorvo está relacionado directamente com esta intenção de criar em Sines um megaprojeto de hidrogénio verde e ‘data center’ e, por isso, pedimos que tudo isto agora seja revisto e seja cancelado”, concluiu.

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