Empresa prevê investir mais de 1.000 M€ na instalação de uma fábrica para a produção de hidrogénio ‘verde’
O secretário de Estado da Internacionalização afirmou ontem, em declarações à Lusa, que o investimento da NeoGreen em Sines “é mais um passo” no caminho da transição energética que Portugal “já começou a fazer”.
Bernardo Ivo Cruz falava à Lusa no final da assinatura do contrato de reserva de direito de superfície de 10,5 hectares na ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines pela NeoGreen Portugal, ‘joint-venture’ luso-canadiana que prevê investir mais de 1.000 milhões de euros na instalação de uma fábrica para a produção de hidrogénio ‘verde’ e combustíveis derivados em Sines.
“Nós estamos a fazer uma aposta nas várias renováveis, nós, Portugal, começámos a nossa transição energética muito antes de toda a gente, há mais de 25 anos e começámos porque Portugal tem as condições para ter uma energia de base renovável: não temos petróleo, nem gás natural, mas temos tudo o resto, sol, vento, marés e temos hidro e geotérmica nos Açores”, afirmou o governante.
Ou seja, um ‘mix’ de energias renováveis.
“As alterações climáticas e a forma como o planeta está a sofrer com 150 anos de utilização de combustíveis fósseis obriga a que façamos agora todos – o planeta todo – esta transição que Portugal já começou a fazer”, sublinhou.
Este investimento “é mais um passo nesse caminho, uma das característiscas das energias renováveis é que nós ainda não acertámos, não finalizamos a descoberta científica, continuamos à procura de solução ou soluções que depois se tornem a solução ou soluções que passarão a ser dominantes”, prosseguiu o secretário de Estado.
Portugal está de abraços abertos “a todas as soluções”, umas serão mais eficazes, outras menos, “mas não é altura de estarmos a tomar decisões apressadas sem ter a ciência certa por trás daquilo que estamos a fazer”, afirmou.
O investimento em Sines, do qual se estima que poderá criar cerca de 2.500 empregos, diretos e indiretos, “é um investimento desta nova geração de energias renováveis, neste caso de hidrogénio ‘verde’ que é transformar a molécula de água em molécula de hidrogénio através da utilização de energias renováveis”.
Portugal, no seu conjunto, e Sines, em particular” estão a concentrar soluções de energias renováveis novas, e isso acontece quer pelas características naturais do Porto de Sines, mas também “pela aposta que vários governos portugueses” têm feito ao longo dos últimos 25 anos na “transição energética”.
Bernado Ivo Cruz sublinhou que lhe têm dito que na Europa “Portugal é o melhor lugar pelas suas condições naturais (…) para se fazer hidrogénio ‘verde'”, pelo que considerou “natural” que haja esta aposta no mercado português como destino deste tipo de investimentos.
“Sines pode ser o centro do mundo”, admitiu, não só pela aposta nas energias, mas também pela importância na área dos centros de dados (‘data centers’).
O governante sublinhou que “Portugal está pela primeira vez, desde o século XIV e XV, na linha da frente” em termos de inovação.
“A base de tudo isto é talento”, reforçou o secretário de Estado da Internacionalização.
O investimento da Neogreen Portugal resulta de uma parceria entre a canadiana NeoGreen Hydrogen Corp e a portuguesa Frequent Summer S. A. e visa a instalação de um complexo eletrolisador de mais de 500MW [megawatts].