Unidade industrial irá ocupar cerca de 45 de 92 hectares da área total do lote, estando prevista a construção de cinco edifícios de produção de elétrodos
A diretora geral da CALB Europe, Sherry Wei, disse hoje que a escolha de Sines para a construção da fábrica de baterias de lítio, que vai incorporar tecnologia de ponta, é estratégica para a proximidade à Europa.
O Porto de Sines, “fica muito perto da nossa fábrica”, que está a ser construída na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), fazendo a ligação “a Espanha e ao centro da Europa”, afirmou Sherry Wei, em declarações à agência Lusa.
“Todas estas vantagens dão-nos muita comodidade para a operação e também reduzem os custos”, acrescentou a responsável que falava à Lusa à margem de um encontro que se realizou hoje no auditório da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) para debater o papel do armazenamento de energia na transição energética europeia.
De acordo com a diretora-geral da fabricante chinesa CALB Europe, ”também o custo para os colaboradores” poderá garantir “uma operação muito boa e benéfica”.
“É por isso que escolhemos Portugal, Sines, simplesmente para cobrir todo o nosso marketing para a Europa”, sublinhou.
No evento, organizado em parceria com a Ordem dos Engenheiros, e em que participaram representantes da Galp, Mota-Engil Energia, E-Redes, Greenvolt, Siemens, ABB e APREN foi debatida a estratégia para o armazenamento de energia em Portugal e as tendências tecnológicas no setor BESS (Sistemas de Armazenamento de Energia em Bateria).
Questionada sobre a engenharia BESS que a CALB pretende incorporar na gigafábrica de Sines, um investimento de 2.000 milhões de euros, Sherry Wei garantiu tratar-se de “tecnologia líder mundial”.
“A tecnologia que [iremos] transferir para a fábrica portuguesa é a tecnologia líder mundial, e são muitas, desde engenharia, fabrico, equipamentos, design de baterias, [e] tudo isto envolve ‘know-how’ [conhecimento]”, avançou.
Segundo a dirigente, das “100 tecnologias que lideram a indústria, 20 [são] exclusivas” da fabricante chinesa CALB.
“Portanto, é uma tecnologia de engenharia de fabrico muito avançada”, revelou.
Em comunicado, a fabricante chinesa explicou que os sistemas de armazenamento de energia”estão a emergir como uma das tecnologias mais transformadoras do setor energético, ao permitirem armazenar eletricidade, frequentemente produzida a partir de fontes renováveis e disponibilizá-la em momentos de maior procura”.
“Em 2024, a Europa adicionou cerca de 22 Gwh [Gigawatts -hora] de nova capacidade BESS, com um crescimento de 79% em projetos de larga escala. Em 2025, prevê-se que o mercado quase duplique, atingindo 16,2 Gwh”, realçou.
Questionada pela Lusa sobre o ponto de situação da construção da fábrica, que deverá criar 1.800 postos de trabalho diretos, a responsável indicou que “a terraplanagem começou em fevereiro”, logo após a cerimónia de lançamento da obra, em Lisboa, estando concluída “no final deste ano”.
“O nosso objetivo é fazer a primeira entrega em 2028, início de 2028”, precisou à Lusa.
A unidade industrial irá ocupar cerca de 45 de 92 hectares da área total do lote, estando prevista a construção de cinco edifícios de produção de elétrodos, células, formação e montagem, embalagem e invólucros.