Secretário de Estado da Internacionalização considerou que criação de postos de trabalho é efeito da “internacionalização e da atracção de investimento estrangeiro”
O secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, disse ontem que o ciclo de investimentos previstos para Sines, num montante de oito mil milhões de euros, é “um exemplo de virtudes” económicas, ambientais e tecnológicas.
“Sines, neste momento, é um exemplo de virtudes. É um exemplo de virtudes económicas, é um exemplo de virtudes ambiental, é um exemplo de virtudes tecnológica, é um exemplo de virtudes de combate à desertificação do interior de Portugal”, afirmou em declarações à agência Lusa.
À margem de uma visita que efectuou ao Complexo Portuário, Logístico e Industrial de Sines, para onde estão projectados investimentos de oito mil milhões de euros, o governante considerou que a criação de postos de trabalho e o combate à desertificação são outros dos efeitos da “internacionalização e da atracção de investimento estrangeiro”.
“Há um outro efeito desta internacionalização e desta atracção de investimento estrangeiro que vem para regiões fora dos grandes centros urbanos que é fixar populações à terra, criar empregos e combater também a desertificação de zonas do país que estavam mais desertificadas”, frisou.
Para Bernardo Ivo Cruz, “as empresas que se têm instalado em Sines representam milhões de euros de investimento, milhares de postos de trabalho qualificados e têm além disso uma preocupação particular com as pessoas que já cá estavam” e que “estão a ser treinadas e preparadas para poderem trabalhar nessa nova economia”.
Os ciclos de investimentos empresariais privados somam “quase três mil postos de trabalho direitos” e “quase oito mil milhões de euros de investimento”, especificou o governante.
“São todas empresas que têm preocupações com o impacto social” e “têm todas preocupações com o seu impacto ambiental e actualmente qualquer sector, nomeadamente o sector privado, que além de ter crescimento económico, tem de ter noção do impacto que tem na sociedade e no ambiente”, frisou.
Após uma visita à Central Termoeléctrica de Sines da EDP Produção, onde se inteirou sobre o processo de descomissionamento da central termoeléctrica a carvão e o futuro projecto de hidrogénio verde GreenH2Atlantic, o governante revelou que os promotores “estão optimistas”.
“É um investimento grande, é um investimento que tem um conjunto de desafios, mas os promotores estão optimistas e dizem que estão dentro do que estava planeado, estão a avançar”, revelou.
E reforçou que o hidrogénio verde “é uma das energias do futuro” e que “com estes investimentos e com esta nova ciência” o país está “a avançar para o dia” em que deixará de ser importador de energia para poder “ser auto-suficiente e, eventualmente, exportador de energia”.
Para o governante, exemplo disso é a “ligação de gases renováveis” entre Portugal, Espanha e França e que será alargada à Alemanha.
Esta ligação, defendeu, “vai permitir que Portugal faça parte da cadeia de exportação de energia para o centro da Europa”.
“E isso é completamente novo na nossa história, nunca exportamos energia, sempre importamos energia e agora vamos entrar no mundo maravilhoso dos exportadores de energia, no nosso caso, energia renovável”, concluiu.
A visita incluiu o Complexo Petroquímico de Sines, da Repsol Polímeros, onde está em curso o projecto “Alba”, com a construção de uma fábrica de polietileno e outra de polipropileno, essenciais ao auto-abastecimento e desenvolvimento da indústria nacional e às obras de construção de um dos maiores Centros de Dados verde da Europa, desenvolvido pela Start Campus.
O governante visitou ainda a refinaria de Sines da Galp onde está a ser implementado um projecto industrial sustentado na produção de hidrogénio verde e reuniu-se com a Administração dos Portos de Sines e do Algarve sobre a expansão do Terminal XXI e a perspectiva de ainda este ano ser lançado o concurso internacional para o novo Terminal Vasco da Gama.