Várias entidades homenagearam a eterna figura do Vitória FC
Fernando Pedrosa, antigo presidente do Vitória Futebol Clube partiu no passado domingo aos 91 anos de idade. O funeral foi reservado à família, marcado para hoje, a saída da funerária aconteceu pelas 11h00 para o crematório, estando a cremação marcada para o meio-dia. As homenagens a esta figura setubalense foram várias, com todas a lembrarem o grande homem que foi, assim como a importância que teve para o futebol dos sadinos. O Vitória FC qualificou o antigo presidente do clube como figura de proa do período de ouro da equipa de futebol e destacou o seu papel na construção do Estádio do Bonfim. O emblema vitoriano lembrou que Fernando Pedrosa integrou várias direcções do clube e que iniciou o seu percurso do dirigismo vitoriano como vogal, em 1958, e que desempenhou as funções de presidente em quatro mandatos, de 1963 a 1970, de 1971 a 1973, de 1982 a 1985 e de 1991 a 1994. Os actuais responsáveis do clube sadino realçaram ainda o papel desempenhado por Fernando Pedrosa, a quem atribuem o estatuto de verdadeiro ‘senador’, no processo de renovação do clube, que culminaria com a construção do Estádio do Bonfim, em 1962. “Partiu hoje, aos 91 anos, um dirigente dedicado, um conversador exímio e, acima de tudo, um enorme vitoriano, que deixa a família vitoriana de luto”, pode ainda ler-se no texto, no qual a direcção sadina endereça à família enlutada, aos amigos, a todos os sócios e adeptos as mais sentidas condolências.
FPF e Liga Portugal recordaram o “emérito dirigente”
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Liga de clubes lamentaram também a morte do antigo dirigente, elogiando as suas virtudes pessoais e o seu desempenho enquanto dirigente desportivo. “Foi com enorme consternação e mágoa que tive conhecimento da morte de Fernando Pedrosa. Um emérito dirigente, um apaixonado pelo futebol e pelo seu Vitória, mas acima de tudo um homem bom e um grande senhor”, escreveu o presidente da FPF numa nota publicada no sítio federativo na Internet, na qual endereça uma palavra de conforto aos familiares e amigos, bem como a todos os vitorianos. Fernando Gomes elogiou “o trajecto e a postura” de Fernando Pedrosa no dirigismo, que serviram “de exemplo e de inspiração”, e destacou o legado que deixou, que “enriquece os homens do futebol e do desporto” e, muito especialmente, aqueles “que tiveram a felicidade de conviver” com ele. Também a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) emitiu uma nota de pesar profundo pela morte de Fernando Pedrosa e recordou o seu percurso como dirigente desportivo. “Histórico presidente do emblema de Setúbal, Fernando Pedrosa liderou o Vitória de Setúbal em quatro períodos diferentes e ficou ligado a uma das décadas mais vitoriosas da história do clube”, lê-se na mensagem do organismo liderado por Pedro Proença. A LPFP recordou ainda que Fernando Pedrosa também desempenhou funções na FPF e manteve uma ligação forte com a cidade de Setúbal, com cargos na vereação da Câmara Municipal de Setúbal e na direcção da Santa Casa da Misericórdia da cidade. Também a Câmara Municipal de Setúbal lamentou a morte de Fernando Pedrosa, e que a autarquia classificou como um dos “mais carismáticos” dirigentes e empresários da cidade.
“A Câmara Municipal de Setúbal lamenta o falecimento, ocorrido hoje, de Fernando Pedrosa, um dos presidentes do Vitória Futebol Clube que mais tempo permaneceram no cargo e que obtiveram melhores resultados desportivos”, afirmou a autarquia, em comunicado. O Município salientou que Pedrosa foi “o decano dos presidentes do Vitória, com vários mandatos cumpridos entre as décadas de 1960 e 1990, e um dos mais carismáticos dirigentes desportivos e empresários da cidade”. “Foi durante as suas presidências que o Vitória viveu o período mais glorioso da sua história, com um segundo lugar na I Liga, ainda hoje a melhor classificação de sempre, e quatro presenças consecutivas em finais da Taça de Portugal, duas delas ganhas, em 1965 e 1967, as primeiras do clube”, sublinhou a Câmara Municipal de Setúbal. “Fernando Pedrosa foi um inovador, modernizou o clube e esteve na origem da construção do Estádio do Bonfim”, recordou.
Esteve no clube sadino durante o seu ‘período de ouro’
O histórico dirigente sadino entrou para o clube pela primeira vez em 1958, quando ainda tinha 27 anos, ficando com o cargo de adjunto do vice-presidente para o futebol. Ficará eternizado na história do emblema de Setúbal por ter estado nas direcções do clube durante o ‘período de ouro’ dos sadinos, alcançando o 2.º lugar na Primeira Liga, quatro presenças consecutivas em finais da Taça de Portugal, a conquista de duas Taças de Portugal, do Troféu Teresa Herrera e a Mini Copa do Mundo. Nas competições europeias acompanhou também o emblema sadino em onze participações nas Taças UEFA e Taça das Taças, alcançando os quartos de final da Taça UEFA por quatro ocasiões e os oitavos de final da Taça das Taças por uma vez.