António José Fialho
Num Estado de Direito democrático, uma imprensa livre, esclarecedora, honesta e objetiva é uma exigência da própria cidadania e do pleno exercício dos direitos, tão importante como o direito de acesso à justiça.
São ambos fruto de um modelo constitucional iniciado no séc. XIX, desenvolvido ao longo do século passado e em permanente evolução neste século.
Os interesses e as preocupações locais são, muitas vezes, esquecidos ou menorizados pelos denominados jornais nacionais, tratados de forma secundária e, não raras vezes, procurando manipular a opinião dos leitores em benefício dos interesses económicos das grandes tiragens ou outros interesses menos claros.
Ao contrário, O SETUBALENSE, enquanto órgão de imprensa regional e local assumiu o dever ético de informar e formar os seus leitores de uma forma coerente, rigorosa, não manipulando opiniões, cumprindo as regras de ética do estatuto do jornalista, sem esquecer o papel que desempenha de ligação à diáspora desta região, ou seja, àqueles que estão afastados dos seus hábitos, culturas, valores e tradições.
Celebrar os 167 anos d’O SETUBALENSE é também homenagear a visão de João Carlos d’Almeida Carvalho que, pouco tempo depois da fundação do jornal, foi alvo de um atentado perpetrado por quem a liberdade de imprensa era um incómodo.
Pela importância deste legado e da sua continuidade, o Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal associa-se a esta celebração e à defesa da liberdade de uma imprensa esclarecedora e objetiva.
Juiz Presidente da Comarca de Setúbal