Exigem um “aumento digno dos salários e do subsídio de alimentação” e uma “efectiva negociação das restantes matérias reivindicativas”
Os trabalhadores da VIROC – Indústria de Madeira e Cimento, em Setúbal, cumprem na sexta-feira um dia de greve para exigir um aumento salarial de 6,1% sobre os salários de Dezembro de 2024, revelou esta quinta-feira fonte sindical.
“A decisão de avançar para a greve resulta da inflexibilidade da empresa, que, por acto de gestão unilateral, decidiu atribuir um aumento salarial de 5,63% em relação aos salários de janeiro de 2024”, disse à agência Lusa Nuno Gonçalves, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul e Regiões Autónomas (STCCMCS).
“Este aumento médio de 5,63%, decidido unilateralmente pela empresa, não contabiliza um aumento intermédio que teve lugar em Setembro do ano passado, devido à actualização do contrato colectivo de trabalho”, acrescentou o sindicalista.
Segundo Nuno Gonçalves, os cerca de 80 trabalhadores da VIROC, uma empresa que faz painéis de cimento e madeira para construção modular, exigem um “aumento digno dos salários e do subsídio de alimentação” e uma “efectiva negociação das restantes matérias reivindicativas”.
“Nos últimos anos, os trabalhadores da VIROC têm tido uma desvalorização salarial, com aumentos diminutos. E têm salários cada vez mais próximos do Salário Mínimo Nacional (SMN)”, justificou.
O sindicalista adiantou ainda que no passado dia 20 de Fevereiro houve uma reunião em que a administração da empresa reafirmou a intenção de manter apenas o aumento salarial de 5,63% decidido unilateralmente, o que levou os trabalhadores a avançarem com o pré-aviso de greve de 24 horas na sexta-feira, com uma concentração às 10 horas, junto às instalações da VIROC.
De acordo com a informação transmitida pelo sindicato, a VIROC é uma empresa intervencionada que tem como acionistas vários bancos e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI).