Trabalhadores da Teleperfomance de Setúbal queixam-se de serem mal-pagos

Trabalhadores da Teleperfomance de Setúbal queixam-se de serem mal-pagos

Trabalhadores da Teleperfomance de Setúbal queixam-se de serem mal-pagos

Empresa diz que paga acima da tabela e que dá outras regalias. Funcionários fizeram em greve

Os trabalhadores da Teleperformance de Setúbal cumpriram terça-feira (8) um período de greve de três horas para exigirem aumentos, porque “só ganham o Salário Mínimo Nacional”, bem como progressão nas carreiras e menos precariedade nas relações laborais.

A Teleperformance reagiu à greve através de uma nota de imprensa em que diz oferecer aos seus colaboradores condições de trabalho acima do mercado e da legislação em vigor, bem como outras regalias, incluindo um seguro de saúde.

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A empresa, que se apresenta como “líder mundial na gestão omnicanal de relacionamento e experiência do consumidor” e diz estar representada em 49 países, tem cerca de 250 trabalhadores em Setúbal, muitos dos quais aderiram à greve de três horas realizada hoje.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Call Center, um dos principais motivos para a greve e para a concentração de trabalhadores junto às instalações da empresa prende-se com o facto de todos os trabalhadores da Teleperformance Setúbal ganharem apenas o Salário Mínimo Nacional (SMN).

“Todos os trabalhadores da Teleperformance, independentemente do tempo de casa e do contrato que tenham – porque a Teleperformance também tem contratos com uma empresa de trabalho temporário -, ganham o Salário Minino Nacional”, disse à agência Lusa José Abrantes, do Sindicato dos Trabalhadores de Call Center.

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“Há trabalhadores da Teleperformance que estão há nove anos na empresa e continuam a receber o Salário Mínimo Nacional. E os aumentos salariais, independentemente do trabalho que façam, são sempre pelo aumento obrigatório do Salário Mínimo Nacional. Não queremos comissões que podem ser retiradas, queremos um salário que permita aos trabalhadores terem alguma estabilidade nas suas vidas”, acrescentou o sindicalista.

Além das questões salariais, os trabalhadores também reclamam menos precariedade das relações laborais, face ao alegado recurso da Teleperformance à empresa de trabalho temporário Emprecede para a contratação de novos trabalhadores.

“A Teleperformance, como muitas outras empresas, tem recebido benefícios fiscais do Estado para criar postos trabalho, que, afinal são criados através da Emprecede. Ou seja, a Emprecede é uma fachada apenas para reter ainda mais lucros sobre o trabalho”, disse o sindicalista.

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Os ritmos de trabalho elevados e a situação de desigualdade dos trabalhadores contratados depois de 2014, que já não recebem o prémio de assiduidade (cerca de 38 euros), são outras razões invocadas pelos funcionários da Teleperformance para justificar a greve desta terça-feira.

Confrontada pela agência Lusa com as revindicações dos trabalhadores, a Teleperformance respondeu através de uma nota de imprensa em que garante oferecer “condições acima de mercado aos seus colaboradores (…), no mínimo, 20% superior ao estipulado pela legislação em vigor (…), seguro de saúde e outras regalias”.

Sobre o não pagamento do prémio de assiduidade a todos os trabalhadores, a empresa alega que não faz sentido “a atribuição de um prémio, pela mera comparência no trabalho”, mas não justifica a situação de alegada desigualdade entre trabalhadores que exercem a mesma atividade.

A Teleperformance refere ainda que, nos últimos cinco anos, criou mais de 6.000 postos de trabalho e que tem actualmente 10.000 trabalhadores em Portugal, mas nada diz sobre a contratação de novos funcionários através de uma empresa de trabalho temporário.

Lusa

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